Pelo menos 48 pessoas morreram, sendo 23 soldados, em choques do Exército do Líbano com militantes fundamentalistas muçulmanos na cidade de Trípoli, no Norte do país. É o pior conflito na região desde o fim da guerra civil libanesa (1975-90).
É também mais um sinal de instabilidade num país abalado por uma crise política permanente, tensões sectárias e violência desde o assassinato do ex-primeiro-ministro Rafik Hariri, em 14 de fevereiro de 2005. A situação se agravou com a operação militar de Israel contra a milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus), em julho e agosto de 2006.
O grupo radical envolvido, Fatah al-Islam, é uma dissidência do grupo pró-sírio Fatah Intifada. Tem bases no campo de refugiados palestinos de Nahr al-Bared, próximo a Trípoli, que foi bombardeado pelos tanques do Exército. Diplomatas ocidentais acreditam que Fatah al-Islam tenha ligações com os serviços secretos sírios, enquanto o primeiro-ministro Fouad Siniora justificava a ação do Exército como necessária para conter "uma tentativa perigosa de atingir a segurança do Líbano".
Altos funcionários libaneses sugeriram que Fatah al-Islam tem ligações com al Caeda, aumentando o temor ocidental de que a rede terrorista aproveite a crise no Líbano para se instalar no país.
O Exército do Líbano é proibido de entrar nos campos de refugiados palestinos, o que os tornou refúgios seguros tanto para grupos militantes como para gangues de criminosos.
A confrontação começou depois que a polícia fez uma operação de busca e apreensão num apartamento de Trípoli atrás de suspeitos de um assalto a banco.
Um dos motivos da tensão é o apoio do governo pró-ocidental a que o assassinato do ex-primeiro-ministro seja julgado por um tribunal internacional criado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. Meses após a morte de Hariri, em 2005, as tropas sírios que ocupavam o Líbano desde 1976 saíram do país. Mas suspeita-se do envolvimento dos serviços secretos sírios no atentado, e estes continuam ativos no Líbano
Tanto a Síria quanto a oposição liderada pelo Hesbolá são contra o tribunal internacional.
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