segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

Exército do Uruguai protegerá fábrica de papel

O presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, deu ordens ao novo comandante do Exército, general Jorge Rosales, para que proteja a fábrica de papel e celulose da companhia finlandesa Botnia em construção em Fray Bentos, sob protesto dos argentinos que vivem na outra margem do Rio Uruguai e do governo Néstor Kirchner.

A questão gerou o conflito entre os dois países conhecido como 'guerra das papeleiras'. Para Kirchner, "é uma afronta para os argentinos".

Há cerca de um ano, argentinos residentes em Gualeguaychú e ecologistas dos dois países protestam contra a construção de duas fábricas de papel e celulose, sob o argumento de que poluirão o rio que separa a Argentina do Uruguai. Por diversas vezes, a passagem entre os dois países foi bloqueada pelos manifestantes, durante 40 dias no início de 2006 e recentemente durante a Conferência de Cúpula Ibero-Americana, no começo de novembro.

A Argentina já recorreu à Corte Internacional de Justiça das Nações Unidas, em Haia, na Holanda, e esperava que o Banco Mundial não ajudasse a financiar o projeto, o maior investimento estrangeiro da História do Uruguai, de cerca de US$ 2 bilhões, equivalentes a 15% do produto interno bruto uruguaio. Também não aceitou a mediação do Brasil nem do Mercosul, preferindo convidar o rei Juan Carlos, da Espanha, para tentar restabelecer o diálogo.

O problema é que Kirchner não aceita o projeto que, para o Uruguai, tornou-se uma questão de soberania nacional.

Tabaré Vázquez recebeu ontem em Montevidéu o enviado especial de Juan Carlos. O líder uruguaio se nega a negociar enquanto houver bloqueio de estradas e pontes.

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