terça-feira, 5 de dezembro de 2006

Argentina preocupa-se com déficit com Brasil

O governo da Argentina está preocupado com o déficit comercial de seu país com o Brasil, que atingiu quase US$ 3,5 bilhões nos primeiros 11 meses do ano, 5,9% superior ao de 2005. Será o terceiro ano consecutivo de saldo negativo para os argentinos.

Mas a Argentina não pensa em impor novas barreiras às importações do vizinho e principal sócio no Mercosul. O ministro do Exterior argentino, Jorge Taiana, convocou o embaixador e os 10 cônsules argentinos no Brasil para uma ofensiva de promoção de exportações em 2007, revela o jornal La Nación.

As exportações argentinas para o Brasil cresceram 27%, chegando a US$ 7,256 bilhões de janeiro a novembro de 2006, enquanto as importações brasileiras de produtos argentinos aumentaram 19%, atingindo US$ 10,75 bilhões.

De janeiro a outubro, houve aumento nas exportações argentinas de produtos primários (41%), combustíveis e energia (28%), manufaturas industriais (21%) e produtos industriais de origem agrícola (19%).

Um estudo da Subsecretaria de Comércio Internacional, dirigida por Luis María Kreckler, que morou em Porto Alegre quando seu pai era cônsul no início dos anos 70, identificou oportunidades de negócios para os argentinos em software, serviços de informática, call centers, redes de tecnologia, alimentos, materiais de construção, perfumeria e cosméticos, fotografía, indústria plástica, editorial, maquinária e equipamentos mecânicos, instrumentos médicos e iluminação.

"O Brasil está aumentando importações do mundo inteiro, e o chanceler nos convocou para formular um plano especial de promoção", declarou Kreckler. "É preciso acabar com a intermediação de São Paulo".

Hoje será definida uma lista de produtos para cada cônsul (São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte, Porto Alegre, Florianópolis, Uruguaiana, Rio de Janeiro, Recife, Salvador e Brasília). Em 90 dias, eles devem apresentar planos de ação concretos, identificar feiras e oportunidades de negócios, importadores e distribuidores.

Para o embaixador argentino, Juan Pablo Lohlé, as exportações brasileiras têm vantagem porque são financiadas a juros mais baixos que os do mercado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES): "A Argentina deveria ter o seu".

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