sábado, 6 de maio de 2006

Ahmadinejad denuncia 'apartheid nuclear'

Durante uma conferência de cúpula regional em Baku, no Azerbaijão, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, atacou organizações internacionais e o que chamou de "apartheid nuclear", defendendo o programa nuclear iraniano.

"Vamos prosseguir com nossas atividades até atingir um nível de produção em escala industrial para nossas usinas atômicas", afirmou, desafiando mais uma vez os Estados Unidas e a Europa, que apresentaram um projeto de resolução ao Conselho de Segurança das Nações Unidas impondo sanções ao Irã caso este país não pare de enriquecer urânio e não congele seu programa nuclear, suspeito de desenvolver armas atômicas.

A resolução se baseia no capítulo 7 da Carta da ONU, que prevê o uso da força contra ameaças à paz ou à segurança internacionais. Mas China e Rússia, duas potências com direito de veto no Conselho de Segurança, resistem à aplicação de sanções, temendo seu impacto sobre o mercado internacional de petróleo.

Em entrevista coletiva, o líder radical iraniano declarou que "dois ou três países" dominam organizações internacionais que deveriam servir ao mundo inteiro: "Eles têm armas nucleares mas não querem que tenhamos energia nuclear nem para fins pacíficos. Se é ruim, por que eles têm? Se é bom, por que nós não podemos ter?" E acrescentou: "Nossos adversários estão travando uma guerra psicológica. Tentam impor um 'apartheid nuclear' para impedir nosso povo de exercer seu direito inalienável".

Com sua retórica extremista, Ahmadinejad já negou o Holocausto dos judeus na Segunda Guerra Mundial e pregou a destruição de Israel. Por medo de um ataque a Israel e da transferência de tecnologia nuclear a terroristas, os EUA ou Israel podem realizar um bombardeio limitado contra as instalações nucleares do Irã.

O presidente iraniano aproveitou a reunião de líderes de 10 países, entre eles o Afeganistão, o Azerbaijão, o Paquistão, o Turcomenistão e a Turquia, para pedir apoio diante das pressões do Ocidente. Mas foi advertido pelo primeiro-ministro turco, Recep Erdogan, de que "nenhum país do mundo aprovará a proliferação de armas nucleares".

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