quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

Hoje na História do Mundo: 3 de Dezembro

 NASCIMENTO DE CONRAD

    Em 1857, nasce em Berdichev, no Império Russo, hoje parte da Ucrânia, o escritor britânico de origem polonesa Joseph Conrad, autor de grandes obras da literatura como Lorde Jim e Coração das Trevas, admirado pela riqueza de sua prosa e por contar histórias perigosas da vida no mar e em lugares exóticos.

Józef Teodor Konrad Korzeniowski é filho de um poeta e nacionalista polonês preso em 1861 por ajudar a organizar a insurreição de 1863 contra o Império Russo e enviado para o exílio interno em Vologda, no Norte da Rússia. A mãe e os quatro filhos vão junto. Ela morre de tuberculose por causa do frio rigoroso em 1865.

Aos 8 anos, Conrad tem o primeiro contato com a língua em que se torna um grande escritor. O pai, Apollo Naledz Korzeniowski, está traduzindo Shakespeare e Vítor Hugo para sustentar a família. Neste período de solidão com o pai, lê Sir Walter Scott, James Fenimore Cooper, Charles Dickens e William Thackeray em francês e polonês. Quando o pai morre, em 1869, um tio por parte de mãe, Tadeusz Bobrowski, advogado, o adota e o envia para estudar em Cracóvia e na Suíça.

Mas Conrad queria ir para o mar. Em 1874, larga os estudos e vai para Marselha. Sua primeira viagem é à Martinica. Ele faz uma segunda viagem ao Caribe. Em abril de 1878, vai num cargueiro britânico em Constantinopla. Na volta, em junho do mesmo ano, desembarca pela primeira vez na Inglaterra, falando apenas algumas palavras de inglês.

Durante 16 anos, Conrad serve na marinha mercante britânica. Vai à Índia, vai à Indonésia, vira capitão de navio.

De volta a Londres no verão de 1889, começa a escrever Loucura de Almayer. Interrompe a obra para realizar sua aventura visceral. Vai para o Estado Livre do Congo, nome do país do coração da França quando é explorado impiedosamente pelo rei Leopoldo II, da Bélgica.

Em 1895, Conrad se casa e passa quase todo o resto da vida no Sudeste da Inglaterra, com problemas de saúde e pouco dinheiro. Só em 1910 sua obra começa a dar uma renda razoável. Ele morre em 3 de agosto de 1924 na Cantuária, em Kent, na Inglaterra aos 66 anos.

Seu livro mais famoso, enigmático e requintado, Coração das Trevas, descreve sua experiência no coração de uma África explorada pelo imperialismo europeu, um ambiente corrupto e maligno, o coração do inferno. Isto gera críticas de escritores como o nigeriano Chinua Achebe.

O livro e o personagem Sr. Kurtz, que encarna a ganância imperial, a corrupção moral e a degradação psicológica de um capataz do tirano belga, inspiram Apocalypse Now, o filme de Francis Ford Coppola sobre a Guerra do Vietnã, em que a missão é matar o Coronel Kurtz, que cria um feudo no meio da guerra em que reina soberano adorado como um semideus pelos moradores locais.

BONDE CHAMADO DESEJO

    Em 1947, o grito de Marlon Brando chamando "Stella" dá início à estreia da primeira encenação da peça Um Bonde Chamado Desejo, de Tennessee Williams, realizada no Teatro Ethel Barrymore, na Broadway, em Nova York, sob a direção de Elia Kazan.

Aos 23 anos, Marlon Brando encarna o rude operário de origem polonesa Stanley Kowalski, que vive às turras com Blanche DuBois, interpretada na Broadway por Jessica Tandy. Ela é irmã da mulher de Kowalski e vai morar com eles no bairro francês de Nova Orleans.

A peça choca pela franqueza com que aborda temas como a sexualidade e a violência. Quando cai o pano, os aplausos duram 30 minutos. 

Com mais de 800 apresentações, Um Bonde Chamado Desejo transforma o carismático Marlon Brando numa celebridade. Jessica Tandy ganha um prêmio Tony e Tennessee Williams o Prêmio Pulitzer para Drama.

PRIMEIRO TRANSPLANTE DE CORAÇÃO

    Em 1967, o cirurgião Christiaan Barnard faz o primeiro transplante de coração, no paciente Louis Washkansky, no Hospital Groote Schuur, na Cidade do Cabo, na África do Sul.

Barnard nasce em Beaufort West, na África do Sul, em 8 de novembro de 1922. Depois de se formar em medicina no seu país, fez doutorado na Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, onde se especializa em cirurgia cardíaca.

O Dr. Barnard lidera uma equipe de 20 cirurgiões que troca o coração de Washkansky, um pequeno comerciante com uma lesão cardíaca incurável, pelo de uma pessoa que morreu em acidente.

Apesar do sucesso inicial da operação, o paciente morre 18 dias depois de uma pneumonia dupla por ter perdido a imunidade com os medicamentos usados para evitar a rejeição.

TRAGÉDIA EM BHOPAL

    Em 1984, uma explosão numa fábrica da Union Carbide na cidade de Bhopal, na Índia, solta no ar uma nuvem tóxica de isocianato de metila que atinge mais de 588 mil pessoas e mata pelo menos 3.787 pessoas na hora e 22 mil até hoje, no pior acidental industrial da história.

Bhopal é uma cidade de um milhão de habitantes no estado de Madhya Pradesh, que fica a meio caminho entre a capital indiana, Nova Déli, e a maior e mais rica cidade do país, Mumbai. 

A fábrica da Union Carbide fica em Jal Prakash Nagar, um bairro pobre, o que agrava a situação. No inquérito, a empresa é acusada de usar equipamento obsoleto e de ser negligente com a manutenção e com as medidas de segurança.

No domingo, 2 de dezembro, os operários do turno da noite estão fabricando o pesticida Sevin, uma mistura de tetracloreto de carbono, alfa-naftol e isocianato de metila, uma das substâncias não radioativas mais tóxicas do mundo. Uma sucesso de erros nas próximas 12 horas causa a tragédia.

O isocianato de metila está armazenado em três tanques de 57 mil litros. Quando um tanque apresenta problemas, os operários usam nitrogênio para tentar extrair o isocianato de metila. A operação tem problema. O nitrogênio e o isocianato de metila começam a vazar.

Por volta das 23h, os medidores indicam que há um nível de pressão perigoso dentro dos tanques. Os operários pressupõe que os instrumentos estão com defeito e não dão importância. Por volta de 23h30, os trabalhadores que estão perto do vazamento se sentem mal.

Mesmo assim, o supervisor Shakil Qureshi decide esperar. À 0h15, uma explosão causa o vazamento de gás. O sistema para prevenir vazamentos não funciona. Os motoristas de ônibus que iriam levar o pessoal do turno da noite fogem e a empresa não avisa as autoridades. Mais tarde, alega que os telefones não estavam funcionando.

Os moradores nas redondezas ouvem a sirene de alerta, mas não dão importância porque ela soava com frequência. O clima frio dificulta a dispersão do gás, que fica concentrado perto do chão, agravando a tragédia.

VETO A MINAS PESSOAIS

    Em 1997, mais de 120 países assinam no Canadá o Tratado de Ottawa ou Convenção sobre a Proibição do Uso, Armazenamento, Produção e Transferência de Minas Antipessoais e sobre a sua Destruição.

O tratado é sobretudo fruto da Campanha Internacional para a Eliminação de Minas, uma coligação de 1,2 mil organizações não governamentais de 90 países. A campanha e sua coordenadora, Jody Williams, ganham o Prêmio Nobel da Paz de 1997.

A iniciativa parte do governo do Canadá, em outubro de 1996, no fim da primeira conferência revisora da Convenção sobre Armas Convencionais, de 1980, quando o ministro do Exterior canadense convida os participantes a voltar em dezembro de 1997 para fechar o acordo para banir as minas pessoais.

Até hoje, mais de 150 países aderiram ao tratado. Os Estados Unidos, a China, a Rússia, a Índia e o Paquistão não fazem parte.

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