GUERRA DA CRIMEIA
Em 1853, o Império Otomano (Turco), que tem o apoio da França e do Reino Unido, declara guerra à Rússia. É o início da Guerra da Crimeia, que dura mais de dois anos e termina com a derrota russa.
As causas geopolíticas do conflito são a decadência do Império Otomano, a expansão do Império Russo até o Mar Negro no século anterior, sob Catarina II, a Grande (1762-96), e guerras russo-turcas do passado, que começam em 1568.
A causa imediata é a exigência da Rússia de proteger os cristãos ortodoxos que vivem no Império Otomano, o que os turcos consideram uma intervenção totalmente inaceitável. Também há uma disputa entre a Igreja Católica da França e a Igreja Ortodoxa da Rússia sobre o controle dos lugares sagrados para o cristianismo na Palestina.
Apesar do acordo entre as igrejas, o imperador Napoleão III, da França, e o czar Nicolau I, da Rússia permanecem irredutíveis.
Em julho de 1853, tropas russas ocupam principados no Rio Danúbio, hoje parte da Romênia. Com o apoio francês e britânico, os otomanos declaram guerra à Rússia. Sob o comando de Omar Pachá, os turcos adotam uma postura defensiva. Conseguem conter o avanço russo na Silistra, hoje parte da Bulgária. Mas a Rússia vence a batalha naval de Sinop, em novembro de 1853.
Por medo do colapso das forças do Império Otomano, as marinhas de guerra da França e do Reino Unido entram no Mar Negro. No Norte, uma frota franco-britânica impõe um bloqueio que fecha o acesso da Rússia ao Mar Báltico. A Rússia é obrigada a deixar um exército para defender São Petersurgo.
O comando aliado tenta então tomar Sebastapol, sede da principal frota russa no Mar Negro. Os aliados desembarcam em 14 de setembro de 1854 e vencem a Batalha de Alma em 20 de setembro.
O cerca de Sebastopol começa em 17 de outubro de 1853. A Rússia contra-ataca em 25 de outubro na Batalha de Balaclava, imortalizada no poema A Carga da Brigada Ligeira, de Alfred, Lord Tennyson. É repelida, mas vence em Inkerman
Em 1855, um exército do reino da Sardenha-Piemonte, um embrião da Itália, manda uma força para lutar ao lado dos aliados. Sebastopol cai em 11 de setembro de 1855, depois de quase 11 meses de cerco.
É a última grande batalha da Guerra da Crimeia. Vencida e isolada, a Rússia pede paz. A França e o Reino Unido aceitam. A guerra era impopular nesses países. O Tratado de Paris é assinado em 30 de março de 1856.
A Guerra da Crimeia tem várias inovações tecnológicas como bombas navais, estradas de ferro, o telégrafo e a fotografia, com ampla cobertura jornalística de repórteres fotográficos e de texto.
O Império Russo entra em decadência, exaurido economicamente. Em 19 de fevereiro de 1861, o novo czar reformista Alexandre II (1855-81) abole a servidão.
ALEMANHA PEDE TRÉGUA
Em 1918, o chanceler (primeiro-ministro) da Alemanha, Max von Baden, primo do kaiser (imperador) Guilherme II, envia telegrama ao presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson, propondo um armistício na Primeira Guerra Mundial (1914-18).
Como não tem forças na Europa, os EUA só entram em combate um ano depois. Em março de 1918, a Alemanha está ganhando a guerra. Seis meses depois, os aliados haviam empurrado as tropas alemãs para trás da sua última linha de defesa, a Linha Hindenburg.
Então, o general Erich Ludendorff, arquiteto da ofensiva da primavera, exige numa reunião do Conselho Real um cessar-fogo imediato com base no plano de paz de 14 pontos de Wilson. Com a autoridade abalada, o chanceler Georg van Hartling pede demissão imediatamente.
O novo chefe de governo toma posse em 1º de outubro. Von Baden não tem a intenção de admitir a derrota, mas dois dias depois o comandante supremo do Exército da Alemanha, general Paul Hindenburg, aceita a recomendação de Ludendorff.
"O Exército da Alemanha ainda está firme, se defendendo de todos os ataques. A situação, no entanto, está se tornando mais crítica a cada dia e pode levar o Alto Comando a tomar decisões graves", declara Hindenburg. "Nestas circunstâncias, é imperativo para a luta para poupar o povo alemão e seus aliados de sacrifícios desnecessários. Cada dia a mais custa a vida de milhares de bravos soldados."
Em 1957, no início da Corrida Espacial, a União Soviética lança o Sputnik, o primeiro satélite artificial da Terra, e assusta os Estados Unidos, que temem que o inimigo na Guerra Fria possa usar o espaço para fazer um bombardeio nuclear.
O Sputnik tem 56 centímetros de diâmetro e pesa 84 quilos. A uma velocidade de 28,8 mil quilômetros por hora, dá uma volta na Terra a cada hora e 36 minutos numa órbita elíptica com apogeu (distância máxima da Terra) de 934 km e perigeu (menor distância da Terra) de 229 km.Em janeiro de 1958, o Sputnik sai da órbita e pega fogo ao reentrar na atmosfera.
Os EUA lançam seu primeiro satélite, o Explorer, em 31 de janeiro de 1958. Antes, em 3 de novembro de 1957 os soviéticos colocam no espaço o Sputnik 2 com a cachorrinha Laika a bordo. Ela morre no espaço.
A URSS sai na frente na Corrida Espacial. Envia o primeiro homem ao espaço, Yuri Gagarin, que descobre que "a Terra é azul", em 12 de abril de 1961; a primeira mulher, Valtentina Tereshkova, em 16 de junho de 1963, hoje deputada governista no Parlamento da Rússia; e o primeiro homem a sair da nave e passear no espaço, Alexei Leonov, em 18 de março de 1965.
Os EUA se recuperam e enviam a primeira missão espacial tripulada à Lua, onde Neil Armstrong dá "um pequeno passo para o homem, um salto gigantesco para a humanidade" em 20 de julho de 1969.
Em 1970, Janis Joplin, a maior cantora da história do rock, morre de dose excessiva de heroína depois de ascender em quatro anos do anonimato a ícone de uma geração com apresentações antológicas nos festivais de Monterrey e Woodstock.
Um crítico a definiu como "segunda, atrás apenas de Bob Dylan, como criadora, cantora e encarnação da história e da mitologia de sua geração".
BATALHA DE MOGADÍSCIO
Em 1993, a Batalha de Mogadíscio, na Somália, termina com a morte de 18 soldados dos Estados Unidos e entre 500 e 600 somalianos, de acordo com a estimativa da organização não governamental Human Rights Watch (Observatório dos Direitos Humanos).
O conflito é resultado de uma operação militar dos EUA dentro de uma missão de paz das Nações Unidas.
A Somália vive em estado de anarquia desde a queda, em 26 de janeiro de 1991, do ditador Mohamed Siad Barre, que troca de lado durante a Guerra Fria. Passa do lado soviético para o norte-americano. Com o fim da Guerra Fria, o país perde sua importância estratégica.
Para monitorar um cessar-fogo na guerra civil que derrubou Barre e levar ajuda humanitária, em abril de 1992, é aprovada a Primeira Operação das Nações Unidas na Somália (UNOSOM).
Em dezembro de 1992, depois de perder a reeleição para Bill Clinton, o presidente George Herbert Walker Bush decide enviar soldados dos EUA para apoiar a missão humanitária e distribuir alimentos na Somália, onde a guerra civil causa fome com imagens que lembram as guerras de Biafra (1967-70) e da Etiópia nos anos 1980.
Quando Bill Clinton assume, sem experiência em política externa, tenta transformar a missão humanitária numa operação punitiva contra o líder da da Aliança Nacional Somaliana, o senhor da guerra Mohamed Farah Aidid, que domina a região da capital somaliana e mata, em 5 de junho de 1993, 25 paquistaneses da força de paz, no pior dia em décadas para soldados da ONU.
Os EUA não têm o equipamento militar para enfrentar o senhor da guerra. Um documento falso da CIA (Agência Central de Inteligência) alega que Aidid está prestes a lançar um grande ataque contra a missão da ONU.
Em 12 de julho de 1993, na Segunda-Feira Negra, na tentativa de capturar Aidid, forças norte-americanas atacam a casa do ministro do Interior somaliano, Abdi Awale, durante um encontro do conselho de anciães do clã do senhor da guerra. Dezessete helicópteros de combate cercam a casa, bombardeada com 16 mísseis antitanque e 2,2 mil disparos de canhões de 20 milímetros durante 6 a 8 minutos.
Depois, há um ataque por terra em que os norte-americanos matam 15 sobreviventes. Ao todo, 54 somalianos são mortos e 161 feridos, de acordo com a Cruz Vermelha Internacional. O ataque provoca uma revolta popular. Quatro jornalistas estrangeiros que vão até a casa são linchados pela multidão enfurecida.
Em 3 de outubro de 1993, os EUA pretendem capturar dois subcomandantes de Aidid durante um encontro dentro da cidade. O ataque, previsto para durar apenas uma hora, se estende com um impasse pela noite e uma operação de resgate na madrugada. É a Batalha de Mogadíscio.
O objetivo é atingido, mas é uma falsa vitória, uma vitória de Pirro, general que derrotou os romanos duas vezes com enormes perdas e perdeu a terceira batalha.
Com granadas lançadas por foguetes, os somalianos derrubam três helicópteros tipo Falcão Negro. Dois caem em território inimigo. A operação vira uma batalha desesperada para defender os sobreviventes dos helicópteros que atravessa a noite. É a batalha com o maior número de soldados norte-americanos mortos depois da Guerra do Vietnã.
É mais um vexame do Exército dos EUA. Em resposta, o presidente Clinton retira as forças norte-americanas da Somália. Pior ainda: no ano seguinte, não intervém para evitar o genocídio de Ruanda. De 7 de abril a 15 de julho de 1994, o exército do governo da maioria hutu, diante da derrota iminente mata cerca de 800 mil pessoas da minoria tútsi e hutus moderados.
Clinton considera esse seu maior erro de política externa.
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