quarta-feira, 2 de outubro de 2024

Hoje na História do Mundo: 2 de Outubro

DARWIN VOLTA À INGLATERRA

    Em 1836, o naturalista Charles Darwin chega a Falmouth, na Cornualha, no Sudoeste da Inglaterra, depois de cinco anos de viagem a bordo do navio Beagle em que coleta espécimens e faz observações que servem de base à sua Teoria da Evolução das Espécies através da seleção natural e da seleção sexual, que seria apresentada no livro A Origem das Espécies.

O objetivo da expedição é fazer um levantamento cartográfico da costa da América do Sul, inclusive a longitude do Rio de Janeiro. A viagem é retardada pelo mau tempo. Sob o comando do capitão Robert FitzRoy, o Beagle zarpa em 27 de dezembro de 1831. Passa pela Ilha da Madeira e as Ilhas Canárias. O diário começa no Arquipélago de Cabo Verde.

Da África, passa pelos Rochedos de São Pedro e Paulo e Fernando de Noronha. Chega ao Brasil em Salvador, onde fica maravilhado pela floresta tropical e chocado pela escravidão, abolida no Reino Unido em 1807 e no Império Britânico em 1834.

Durante toda a viagem, Darwin desce várias vezes na terra para mandar cartas e coleções para a Inglaterra. Ele explora a Patagônia com gaúchos e os vê laçando emas com boleadeiras. Encontra ossos gigantes de espécies extintas. Chega às Ilhas Malvinas em 1833, pouco depois de serem ocupadas pelos ingleses, causa da guerra de 1982.

Em 13 de agosto de 1833, Darwin conhece o general, caudilho e ditador argentino Juan Manuel de Rosas, governador da Província de Buenos Aires, que trava uma guerra de extermínio contra os índios da Patagônia, e fica indignado com brutalidade do que talvez seja o caudilho mais importante da história da América Latina.

O Beagle dá a volta pelo Sul do continente. No Chile, Darwin vai Valdívia, Concepción e Valparaíso, onde compra cavalos para chegar até Mendoza, na Argentina, na Cordilheira dos Andes. Depois, para em Lima e uma semana depois, em 15 de setembro de 1835, chega às Ilhas Galápagos, no Equador, onde se impressiona com as tartarugas-gigantes, que lhe parecem antediluvianas.

A expedição deixa Galápagos em 20 de outubro e segue rumo ao Taiti, à Austrália e à Nova Zelândia. Darwin está impactado com o contado com homens que considera selvagens, os fueguinos da Terra do Fogo e os maoris da Nova Zelândia, que vê como inferiores aos taitianos, vivendo em casas "sujas e imundas". Com uma visão imperialista, vê benefício nas fazendas dos colonos. Gosta mais da Austrália, onde chega em 12 de janeiro de 1836, especialmente da cidade de Sídnei.

Em Albany, na Austrália, o biólogo participa de uma dança aborígene, que descreve "uma cena rude e bárbara" com "tudo se movimentando numa harmonia horrível", mas gosta dos aborígenes, "bem-humorados" e "com espírito elevado".

O Beagle chega em 1º de abril de 1836 à Ilha dos Cocos, no Oceano Índico, que tem uma economia baseada no coco. Em 31 de maio, Darwin desembarca no Cabo da Boa Esperança, onde sabe por carta da irmã que suas cartas sobre a geologia da América do Sul foram publicadas.

Darwin deixa a Cidade do Cabo em 18 de junho, passa pela Ilha de Santa Helena, volta a Salvador e vai a Olinda e Recife, onde fica mais uma vez revoltado com a escravidão. Com ironia, "comemora" o fato de que o Brasil, um país escravocrata, seja o único país onde é maltratado.

Na etapa final da viagem, o Beagle sai de Pernambuco em 19 de agosto de 1836, reabastece no Arquipélago dos Açores e chega à Inglaterra em 2 de outubro.

FASCISTAS INVADEM ETIÓPIA

    Em 1935, o imperador Hailé Salassié ordena a mobilização do Exército diante de informações de que a Itália Fascista de Benito Mussolini está prestes a invadir a Etiópia. É o início da Segunda Guerra Ítalo-Etíope.

A Etiópia é um dos poucos países independentes em uma África dominada pelo imperialismo europeu em 1934. Um incidente na fronteira com a Somália, colonizada pela Itália, serve de pretexto para a invasão fascista em 3 de outubro de 1935.

Sob o comando de Emilio de Bono, depois substituído pelos generais Rodolfo Graziani e Pietro Badoglio, os italianos vencem o mal equipado e mal treinado Exército da Etiópia, mas enfrentam uma resistência feroz e usam armas químicas. Conseguem uma vitória decisiva no Lago Achangui, em 9 de abril de 1936 e tomam Adis Abeba em 5 de maio.

Hailé Salassié foge para o exílio e viaja pelo mundo pedindo apoio à independência de seu país, o que o torna num herói africano cultuado, por exemplo, pelos rastafarianos da Jamaica, apesar de ser um ditador cruel e sanguinário. Sua pregação inspira movimentos nacionalistas que lutam pela independência da África depois da Segunda Guerra Mundial (1939-45).

A pedido da Etiópia, a Liga das Nações condena a invasão e aprova sanções contra a Itália que se mostram totalmente inócuas. A conquista da Etiópia pela itália, as invasões da Manchúria e da China pelo Japão e a anexação da Áustria e da Tcheco-Eslováquia pela Alemanha Nazista são exemplos do fracasso da Liga, de como não consegue evitar a Segunda Guerra Mundial.

FIM DO LEVANTE DE VARSÓVIA

    Em 1944, os últimos rebeldes poloneses se rendem à Alemanha Nazista, que ocupa a Polônia desde o início da Segunda Guerra Mundial (1939-45).

Dois meses antes, sabendo do avanço do Exército Vermelho, que está derrotando as forças nazistas na frente oriental, a resistência polonesa inicia uma rebelião. 

O Levante de Varsóvia começa em 1º de agosto e dura 63 dias. Durante pelo menos 40 dias, a resistência domina a situação. É a maior empreitada militar de uma resistência na Europa durante a Segunda Guerra Mundial. 

O Exército Vermelho estaciona a 10 quilômetros do centro da capital polonesa e não intervém a favor dos rebeldes. Stalin quer o controle absoluto do território conquistado, sem dividir com a resistência.

PRIMEIRO NEGRO NA SUPREMA CORTE

    Em 1967, o presidente da Suprema Corte dos Estados Unidos, Earl Warren, dá posse a Thurgood Marshall, primeiro juiz negro do supremo tribunal norte-americano.

Como chefe da assessoria jurídica da Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor (NAACP), Marshall defende mais de uma dúzia de causas na Suprema Corte contestando a discriminação racial, especialmente nas escolas. É um dos arquitetos da legislação que acaba com a discriminação legal nos EUA nos anos 1960s.

MORRE TOM PETTY

    Em 2017, o cantor e compositor de rock Tom Petty morre aos 66 anos em Santa Mônica, na Califórnia, de uma overdose involuntária por mistura de opioides, sedativos e antidepressivos, entre eles provavelmente fentanil, a droga que mais mata hoje nos Estados Unidos.

Thomas Earl Petty nasce em Gainesville, na Flórida, em 20 de outubro de 1950. Aos 10 anos, um tio o apresenta a Elvis Presley durante uma filmagem na Flórida. Dois anos depois, começa a tocar guitarra. Ele larga a escola no ensino médio para viajar com sua banda Mudcrutch.

Quando chega a Los Angeles, a banda se dissolve. Surgem Tom Petty and the Heartbreakers, que lançam um álbum do mesmo nome em 1976, sem grande sucesso nos Estados Unidos. Mas a música Breakdown estoura no Reino Unido.

Em 1986, os Heartbrakers tocam na turnê de Bob Dylan. Tom Petty, Dylan, o ex-beatle George Harrison, Roy Orbison e Jeff Lynne formam o supergrupo Traveling Wilburys, que ganha um Prêmio Grammy em 1989. Ele lança dois álbuns solo de grande sucesso, Full Moon Fever Wildflowers (1994), que vendeu milhões de cópias.

O divórcio de sua mulher de mais de 20 anos, em 1966, é um grande abalo psicológico. Tom Petty começa a usar heroína. Nesta época, ele lança seu álbum mais intimista, Echo (1999). Petty casa de novo em 2001, com show de Little Richard no casamento. Em 2002, Tom Petty and the Heartbreaks entram para o Rock and Roll Hall of Fame.

Outro marco da carreira com os Heartbreakers é fazer o show do intervalo do Super Bowl, a final do campeonato nacional de futebol norte-americano, a maior audiência da televisão nos EUA

Em outubro de 2017, quando os Heartbreakers festejam 40 anos, Tom Petty morre. Tem uma parada cardíaca total por overdose involuntária com uma mistura de opioides, sedativos e antidepressivos, provavelmente fentanil, a droga que matou 72 mil norte-americanos num ano.

 

JAMAL KHASHOGGI ESQUARTEJADO

   Em 2018, o jornalista saudita residente nos Estados Unidos Jamal Khashoggi entra no Consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia, para pegar um documento que precisa para se casar. É torturado, esquartejado e morto, ao que tudo indica por seguranças do príncipe herdeiro Mohamed ben Salman, o homem-forte da ditadura teocrática do país.

O corpo nunca é encontrado. Uma tropa de choque saudita chega a Istambul para cometer o crime e volta para a Arábia Saudita no mesmo dia.

A morte de Khashoggi provoca uma reação internacional que isola a monarquia saudita num primeiro momento. O então presidente norte-americano Donald Trump, que fez sua primeira viagem ao exterior como presidente à Arábia Saudita, declara acreditar que o príncipe herdeiro é inocente. 

O presidente Joe Biden inicialmente trata MbS como um pária. Com a Guerra da Ucrânia e a crise energética causada pelas sanções econômicas à Rússia, tenta negociar com o príncipe saudita um aumento na produção de petróleo. MbS opta por se associar a Moscou para aumentar os preços, que rondam os US$ 100 por barril.

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