sábado, 19 de outubro de 2024

Hoje na História do Mundo: 19 de Outubro

 VITÓRIA DECISIVA PELA INDEPENDÊNCIA

    Em 1781, com a rendição do general Lorde Cornwallis e 8 mil soldados do Império Britânico, as forças dos Estados Unidos apoiadas pela França obtêm na Batalha de Yorktown, na Virgínia, uma vitória decisiva na Guerra da Independência (1775-83).

Lorde Cornwallis é um dos melhores generais britânicos na guerra. Em 1776, ele expulsa de Nova Jérsei as forças do general George Washington, comandante do Exército Continental. Em 1780, conquista uma vitória espetacular contra o general Horatio Gates em Camden, na Carolina do Sul.

Depois de invadir sem sucesso a Carolina do Norte, Cornwallis leva suas tropas para o litoral da Virgínia. Washington pede, então, ao Marquês de Lafayette, um dos generais enviados pela França para apoiar a rebelião dos colonos norte-americanos, para bloquear a fuga de Yorktown por terra. Lafayette comanda 5 mil soldados americanos.

Com os 2,5 mil homens em armas que Washington tem em Nova York, um exército de 4 mil franceses sob o comando do Conde de Rochambeau e uma grande esquadra francesa chefiada pelo Conde de Grasse, eles planejam atacar as forças britânicas.

Em 21 de agosto, as tropas de Washington e Rochambeau cruzam o Rio Hudson rumo a Yorktown. Avançam mais de 300 quilômetros em 15 dias e chegam à Baía de Chesapeake, perto de onde fica hoje a capital dos EUA, no início de setembro.

Como a esquadra britânica sob o comando do almirante Thomas Graves perde a Batalha de Chesapeake em 5 de setembro, Cornwallis fica sem reforços.

A partir de 14 de setembro, a frota de De Grasse transporta os soldados de Washington e Rochambeau para a Virgínia através da Baía de Chesapeake, onde se encontram com as tropas de Lafayette e fecham o cerco ao redor de Yorktown.

Os 14 mil homens da força franco-norte-americana atacam as posições britânicas com o apoio da frota de De Grasse. Em 19 de outubro, Cornwallis se rende com seus 7.087 soldados, 900 marinheiros, 114 canhões, 15 galeões, uma fragata e 30 navios de transporte.

É a última grande batalha da Guerra da Independência. As negociações de paz começam no início de 1782. Em 3 de setembro de 1783, no Tratado de Paris, a França e o Reino Unido reconhecem a independência dos EUA.

JEFFERSON ACUSADO DE CASO COM ESCRAVA

    Em 1796, um artigo publicado no jornal Gazette of the United States, escrito pelo ex-secretário do Tesouro Alexander Hamilton sob o pseudônimo de Phocion, acusa Thomas Jefferson, candidato à Presidência dos Estados Unidos, de manter relações íntimas com uma escrava.

O texto é um exemplo baixaria e da natureza pessoal dos ataques políticos no início da história independente dos EUA. Hamilton se refere Sally Hemings, uma afro-americana mestiça e provavelmente meia-irmã da falecida mulher de Jefferson, Martha. 

Jefferson disputa a Casa Branca com o vice-presidente John Adams. Hamilton, um dos líderes do movimento federalista, apoia Adams. Com o pseudônimo, escreve 25 artigos contra Jefferson de 15 de outubro a 24 de novembro.

Adams vence em 1796, mas perde a reeleição para Jefferson em 1800.

No ano 2000, a Fundação Thomas Jefferson revelou que testes de DNA comprovaram que ele era pai de Eston e provavelmente de outros filhos de Sally. Ele é um dos alvos da cultura do cancelamento.

NAPOLEÃO SE RETIRA DE MOSCOU

    Em 1812, exausto e faminto, o Grande Exército de Napoleão Bonaparte deixa Moscou e bate em retirada depois de ficar 36 dias na maior cidade da Rússia, evacuada e incendiada pelos russos para negar a vitória aos franceses.

Com o Grande Exército de 612 mil homens, Napoleão invade a Rússia em 24 de junho de 1812, seu maior erro, que seria repetido por Adolf Hitler na Segunda Guerra Mundial (1939-45), depois que o imperador Alexandre I se recusa a aderir ao Bloqueio Continental contra o Reino Unido. Entra em Moscou em 14 de setembro, depois da vitória indecisiva na Batalha de Borodino, em 7 de setembro.

Borodino é a mais sangrenta batalha da campanha da Rússia, com pelo menos 30 mil baixas do lado francês e 40 mil do russo. A França vence com grandes perdas. Napoleão perde a oportunidade de perseguir e destruir o Exército da Rússia, que recua e evita novo confronto direto deixando de defender Moscou.

Os russos fogem e incendeiam a cidade, que arde durante seis dias e deixa os franceses sem abrigo nem suprimentos. Depois de um mês esperando a rendição do czar, que não acontece, diante da primeira nevada do inverno russo, a França se retira, agora com 110 mil soldados, e é atacada por cossacos na retirada e por uma tempestade de neve em 6 de novembro.

General Inverno é impiedoso. Em 12 de novembro, o Grande Exército está reduzido a 55 mil homens e enfrenta geadas e degelos na fuga. Sai da Rússia em 14 de dezembro, antes do início oficial do inverno no Hemisfério Norte.

BOLSA DE NY SOFRE MAIOR QUEDA

      Em 1987, na Segunda-Feira Negra, por uma conjunção de fatores negativos, a Bolsa de Valores de Nova York sofre sua maior queda percentual num dia, com baixa de 22,6% ou 508 pontos no Índice Dow Jones.

O mercado financeiro vive a euforia do neoliberalismo econômico do governo Ronald Reagan (1981-89). Em 1987, depois de cinco anos, há sinais de que o ciclo de alta está no fim. O governo anuncia um aumento do déficit comercial, deflagrando uma queda do dólar. E o Congresso examina tapar furos na lei sobre fusão de empresas para cobrar mais impostos.

No plano internacional, o Irã ataca dois navios petroleiros perto da costa do Kuwait durante a guerra contra o Iraque e uma tempestade no Reino Unido obriga o mercado a fechar antes da hora na sexta-feira, último dia útil antes do crash.

Apesar do medo de uma nova Grande Depressão, como ocorreu depois do colapso da bolsa em 1929, o governo toma medidas para "corrigir as falhas do mercado" e o preço das ações volta a subir, mas não resolve o problema central da falta de regulamentação, que leva ao colapso do banco Lehman Brothers, em 15 de setembro de 2008, e à Grande Recessão (2008-9), quando o centro financeiro de Wall Street quase faliu o mundo.

QUATRO DE GUILFORD ABSOLVIDOS

    Em 1989depois de quase 15 anos de prisão, quatro condenados pelos atentados cometidos pelo Exército Republicano Irlandês (IRA) em 1975 contra pubs em Guilford e Woolwich, na Inglaterra, são declarados inocentes pela Justiça do Reino Unido.

Um atentado do IRA mata quatro pessoas em 5 de setembro de 1974 num pub frequentado por soldados britânicos em Guilford e outras quatro num pub em Woolwich.

Gerry Conlon e Paul Hill, dois moradores da Irlanda do Norte com pequenos delitos na ficha criminal que estão na área, são detidos como suspeitos. Com base na nova Lei de Prevenção do Terrorismo, podem ficar presos e ser interrogados por até cinco dias sem que haja fortes indícios.

Neste período, a polícia forja provas de que seriam ligados ao IRA, que luta contra o domínio britânico sobre a Irlanda do Norte, e implica amigos e parentes dos dois. Sob tortura física e psicológica, eles assinam confissões dos crimes que não cometeram.

Quatro – Gerry Conlon, Paul Hill, Paddy Armstrong e Carole Richardson – são sentenciados à prisão perpétua. Outros pegam penas menores. Diante da pressão popular e depois da confissão de um guerrilheiro do IRA, em 1989, finalmente, os processos são anulados. 

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