Em mais um recuo diante do movimento dos coletes amarelos, o aumento dos impostos sobre combustíveis não fará parte do orçamento do governo da França para 2019, anunciou hoje o primeiro-ministro Edouard Philippe, prometendo buscar "boas soluções".
No último sábado, o movimento provocou uma onda de manifestações violentas como não se via em Paris desde a Revolução dos Estudantes de maio de 1968. O governo Emmanuel Macron tentou abrir diálogo com os coletes amarelos, mas a ala mais radical rejeitou qualquer contato sem concessões significativas.
Ontem, o primeiro-ministro anunciou a suspensão do aumento por seis meses. Hoje, afastou a possibilidade pelo ano inteiro.
"Se não encontrarmos boas soluções" no grande diálogo nacional de três meses proposto pelo presidente Macron, não introduziremos o "imposto sobre carbono", que visa a acelerar a transição para uma economia com menor consumo de combustíveis fósseis para conter o aquecimento global, declarou Philippe.
O primeiro-ministro estabeleceu dois limites para a margem de manobra do governo nas negociações: não haverá "novos impostos" nem "aumento do déficit público".
Horas mais tarde, Macron divulgou este comunicado: "O presidente e o primeiro-ministro chegaram a um acordo para que a alta do imposto sobre carbono prevista na lei orçamentária de 2019 seja suprimida. O debate cidadão e parlamentar das semanas e meses a seguir devem permitir o encontro de soluções e financiamentos que reponham em jogo a transição ecológica, soluções que devem preservar o poder de compra dos cidadãos."
Por enquanto, Macron rejeita a reintrodução do imposto sobre grandes fortunas, uma das exigências do movimento dos coletes amarelos, que recolhia assinaturas hoje nas ruas e estradas da França pedindo a renúncia do presidente.
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