O presidente João Lourenço demitiu na segunda-feira, 23 de abril, mais de 20 oficiais, inclusive o comandante do Exército de Angola, general Geraldo Sachipengo, e o chefe do serviço de espionagem, André de Oliveira Sango, noticiou a Rádio e Televisão Portuguesa (RTP).
É mais uma medida para afastar altos funcionários corruptos da era do ex-presidente José Eduardo dos Santos (1979-2017) e reafirmar o poder do general João Lourenço, eleito pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que governa o país desde a independência de Portugal, em 1975.
Antes de ser demitido, o comandante do Exército foi citado pelo Ministério Público numa investigação sobre fraudes na obtenção de uma linha de crédito internacional de US$ 50 bilhões. Também estão envolvidos José Filomeno dos Santos, filho do ex-presidente, e Válter Filipe da Silva, ex-presidente do Banco Central de Angola.
Antigo aliado de Santos, Oliveira Santos chefiava o serviço de espionagem há mais de dez anos.
Um dos primeiros alvos da campanha anticorrupção que o novo presidente usa para consolidar o poder foi a primeira filha. Isabel dos Santos, a mulher mais rica da África, com fortuna estimada em US$ 3 bilhões, presidia a companhia estatal de petróleo Sonangol.
Logo foi a vez do irmão. José Filomeno dos Santos chefiava o fundo soberano de Angola. Ambos foram demitidos e estão sendo processados por escândalos de corrupção. Isabel nega tudo. José Filomeno está colaborando com a procuradoria.
Em 2012, a construtora brasileira Odebrecht financiou a campanha de reeleição de José Eduardo dos Santos, no valor de US$ 50 milhões, de acordo com os depoimentos dos marqueteiros João Santana e Mônica Moura na Operação Lava Jato.
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