O primeiro-ministro conservador da Espanha, Mariano Rajoy, nomeou hoje a vice-primeira-ministra Soraya Sáenz de Santamaria como governadora regional da Catalunha depois da intervenção aprovada ontem pelo Senado para conter o movimento pela independência da província. O ministro da Fazenda, Cristóbal Montoro, vai assumir o controle das finanças da região, noticiou o jornal espanhol El País.
A orientação de Rajoy é manter os serviços públicos sem introduzir novas políticas ou diretrizes até as eleições antecipadas para 21 de dezembro. O governo central disse não se opor à participação do governador deposto da Catalunha, Carles Puigdemont, nas eleições. É estranho porque ele pode ser preso por insurreição.
Além de Puigdemont, foram afastados de seu cargo o vice-governador Oriol Junqueras, todos os secretários do governo regional e o chefe da polícia autônoma. Cada ministro será responsável pela secretaria correspondente, com a exceção da ministra da Defesa, que não tem pasta correspondente no governo catalão.
Ao substituir o chefe de polícia, Josep Lluis Trapero, o ministro do Interior, Juan Ignacio Zoido, preferiu respeitar a hierarquia. Nomeou para o comando o subchefe dos Mossos d'Esquadra, Ferran López.
O governo central espanhol define seu objetivo como "exercer as atividades necessárias para garantir que o governo e o conjunto da Generalitat se restaurem e atuem conforme a ordem legal e constitucional vigente assegurando a neutralidade institucional". Madri promete manter "os princípios de prudência e proporcionalidade com pleno respeito à autonomia da Catalunha".
Do ponto de vista do governo Rajoy, não houve suspensão da autonomia catalã, mas apenas a substituição de políticos que estavam violando a Constituição e o Estatuto da Autonomia.
Puigdemont repudiou a intervenção, alegando que numa democracia cabe ao parlamento eleger e destituir o governo. Ele manifestou a intenção de resistir democraticamente à aplicação do artigo 155 da Constituição da Espanha: "Nossa vontade é continuar trabalhando para cumprir os mandatos democráticos e, ao mesmo tempo, buscar a máxima estabilidade e tranquilidade", citou o jornal catalão La Vanguardia.
No Palácio da Moncloa, sede do governo espanhol, a maior preocupação é com a reação das ruas, dos movimentos sociais que lutam pela independência, especialmente da Assembleia Nacional Catalã (ANC) e Òmnium, cujos líderes estão presos por rebelião.
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