Diante do agravamento da crise política venezuelana, com a invasão da Assembleia Nacional pelos chavistas e a denúncia de um golpe de Estado feita pela maioria oposicionista, a Argentina e o Uruguai querem recorrer à cláusula democrática para suspender a Venezuela do Mercosul.
"Nestas condições, a Venezuela não pode ser parte do Mercosul", declarou ontem o presidente argentino, Mauricio Macri, ao receber na residência oficial de Olivos o presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, que concordou, noticiou o jornal Clarín.
Na sua primeira reunião do Mercosul como presidente da Argentina, em dezembro de 2015, Macri pediu a libertação de todos os presos políticos venezuelanos, alegando que, "no Mercosul, não pode haver perseguição política por razões ideológicas e por pensar diferentemente."
A situação da Venezuela se agravou na semana passada, quando o regime chavista bloqueou na prática a convocação de um referendo revogatório sobre o mandato do presidente Nicolás Maduro. Em resposta, a Assembleia Nacional denunciou um golpe e pediu o apoio de organizações internacionais para restaurar a democracia no país. No meio da sessão, o plenário foi invadido por manifestantes chavistas
Cada vez mais isolado, Maduro recorreu ao Vaticano, onde foi recebido ontem pelo papa Francisco em audiência de caráter privado. O papa pediu um "diálogo sincero e construtivo" entre o governo e a oposição que parece a cada dia mais difícil.
Ao mesmo tempo, o núncio apostólico, o embaixador da Santa Sé na Argentina, monsenhor Emil Paul Tscherrig, viajou secretamente a Caracas, onde se reuniu com líderes das duas partes para acertar um encontro em 30 de outubro na Ilha Margarida.
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