terça-feira, 5 de maio de 2015

Guerra em família ameaça Frente Nacional na França

Suspenso do partido que ajudou a fundar em 1972 e ameaçado a perder o cargo de presidente de honra, Jean-Marie Le Pen declarou guerra à sua filha e sucessora no comando da extrema direita francesa, Marine Le Pen. Um comitê disciplinar está analisando suas declarações racistas contra judeus e sua negação Holocausto. Deve tomar uma decisão em dois a três meses.

Furioso, considerando-se "traído", Le Pen ameaçar deserdar a filha e negar-lhe o sobrenome que virou marca registrada da Frente Nacional.

Em declarações à revista de ultradireita Rivarol, Jean-Marie ignorou a orientação da filha de evitar o antissemitismo e as desculpas ao nazismo, preferindo concentrar seu discurso de ódio contra os muçulmanos e os imigrantes. Voltou a dizer que as câmaras de gás foram "um detalhe" na história da Segunda Guerra Mundial.

Todo o esforço de Marine visa a apresentar a FN como um partido confiável, capaz de presidir a França, seu grande sonho pessoal. Em 2002, seu pai chegou ao segundo turno com 17% dos votos, batendo o primeiro-ministro socialista, Lionel Jospin, no primeiro turno, mas perdeu para o presidente Jacques Chirac no segundo turno.

Em 2014, a FN foi o partido mais votado na França nas eleições para o Parlamento Europeu, com 25%. Nas eleições departamentais de 2015, pretendia se tornar o partido mais votado do país. Chegou a 26% no primeiro turno, mas ficou atrás da União por um Movimento Popular (UMP), de centro-direita, liderada pelo ex-presidente Nicolas Sarkozy.

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