quinta-feira, 2 de abril de 2015

Obama defende acordo nuclear com Irã como melhor opção

Neste momento, nos jardins da Casa Branca, o presidente Barack Obama confirma que as grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas (China, EUA, França, Reino Unido e Rússia) e a Alemanha chegaram a um acordo preliminar com o Irã para impedir a república islâmica de fabricar a bomba atômica. Os detalhes finais deve ser acertados até 30 de junho de 2015.

Não foram revelados maiores detalhes. O Irã deve congelar aspectos do seu programa nuclear por dez anos. Pode continuar enriquecendo urânio, mas promete diluir o urânio enriquecido acima do teor usado em centrais atômicas para geração de energia, algo em torno de 3% a 5%. Já tinha chegado a 20% para uso em reatores de pesquisas médicas. Para fazer a bomba, é preciso enriquecer urânio a 90%.

Obama afirmou que o Irã aceitou se submeter ao mais rigoroso regime de inspeções do mundo inteiro: "O Irã não vai enriquecer urânio na central de Fordo. O Irã não vai enriquecer urânio com suas centrífugas de última geração. Mesmo se violar o acordo, o Irã estará a um ano e meio da fabricação de uma bomba e as limitações vão durar 15 anos. As inspeções darão acesso a toda a infraestrutura de apoio ao programa nuclear. Se o Irã trapacear, o mundo vai ficar sabendo."

Como membro do Tratado de Não Proliferação Nuclear, acrescentou, "o Irã jamais será autorizado a ter armas nucleares". Se o acordo for cumprido, as sanções internacionais serão gradualmente retiradas, mas as sanções dos EUA pelo apoio do regime fundamentalista iraniano a grupos terroristas  e interferência em outros países não serão levantadas.

O presidente dos EUA também deixou claro que um acordo preliminar não significa que vai haver um acordo definitivo, a ser negociado nos próximos três meses.

Só havia três opções, argumentou Obama: "Podemos controlar o programa nuclear iraniano com um acordo e inspeções rigorosas". Em segundo lugar, "podemos atacar e destruir as instalações nucleares do Irã, iniciando uma nova guerra no Oriente Médio. A terceira opção seria abandonar as negociações e reforçar o regime de sanções. O Irã retomaria o desenvolvimento de armas nucleares, haveria uma corrida armamentista nuclear na região e teríamos de ir à guerra."

Para Obama, um acordo é muito melhor do que uma nova guerra no Oriente Médio: "É de longe, a melhor opção. Se o Irã trapacear ou tentar trapacear, ficaremos sabendo e todas as opções que temos hoje estariam na mesa", inclusive o uso da força.

Ao povo iraniano, o presidente americano disse que este é o melhor acordo para que os próprios iranianos saibam o que acontece com seu programa nuclear. Ele prometeu telefonar ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para comunicar detalhes do acordo e reiterar o compromisso dos EUA com a segurança de Israel.

Ao mesmo tempo, Obama acrescentou que as divergências políticas entre os EUA e o Irã continuam em questões como apoio a grupos que o governo americano considera terroristas e interferência em outros países do Oriente Médio como o Iêmen, onde o regime dos aiatolás apoio os rebeldes hutis que depuseram o presidente Abed Rabbo Mansur Hadi.

Em defesa do acordo, Obama citou ex-presidentes dos EUA como John Kennedy, que em plena Guerra Fria declarou: "Não devemos negociar por causa do medo, mas não devemos ter medo de negociar." A seguir, lembrou as negociações de Richard Nixon e Ronald Reagan, dois expoentes da direita do Partido Republicano, com a extinta União Soviética.

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