segunda-feira, 5 de maio de 2014

Boko Haram escraviza e ameaça vender meninas

O grupo terrorista muçulmano Boko Haram assumiu hoje a responsabilidade pelo sequestro de 276 meninas numa escola secundária da cidade de Chibok, no estado de Borno, no Norte da Nigéria, em 14 de abril de 2014, ameaçando obrigá-las a se casar ou vendê-las como escravas.

"Eu raptei suas meninas. Vamos vendê-las no mercado, por Alá. Alá mandou vendê-las. Eu vendo mulheres", afirmou em vídeo de tom delirante o líder jihadista Abubakar Shekau. Uma menina que conseguiu fugir acusou os terroristas de estuprarem as meninas várias vezes por dia.

De pé diante de um blindado, ele atacou a educação feminina: "Já disse que a educação ocidental deve parar. Vocês, meninas, devem deixar a escola e se casar." Por enquanto, as raptadas serão tratadas como "escravas".

Antes mesma de declaração delirante, várias mães das vítimas e grupos de defesa dos direitos humanos compararam o sequestro das meninas com o que acontecia durante o tráfico de escravos, quando tribos africanas vendiam inimigos capturados para a escravidão. O objetivo central dos terroristas foi atingido: aterrorizadas, as meninas nigerianos não querem mais ir à escola.

Hoje o presidente Goodluck Jonathan fez o primeiro pronunciamento sobre o caso na televisão nigeriana. Prometeu libertar todas as meninas, mas ficou claro que o governo não sabe onde elas estão. Está perdendo a guerra para os fundamentalistas, alinhados ideologicamente com a rede terrorista Al Caeda.

Na língua hauçá, Boko Haram significa "a educação ocidental é pecaminosa". Desde 2009, o grupo matou mais de 3 mil pessoas na sua luta para impor a lei islâmica ao Norte de Nigéria, o mais rico e mais populoso país da África. Inicialmente suas ações se concentraram no Norte do país. No fim de semana, houve um segundo ataque contra um terminal de ônibus de Abuja, a capital nigeriana.

Como o presidente Jonathan é cristão e sulista, políticos muçulmanos e nortistas insuflariam a revolta para enfraquecer o presidente e eleger um presidente muçulmano sob a alegação de que teria mais condições de conter a ofensiva jihadista.

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