Com 100 votos a favor, 11 contra e 58 abstenções, inclusive do Brasil, a Assembleia Geral das Nações Unidas condenou hoje a anexação da Crimeia à Federação Russa.
A resolução tem apenas valor simbólico porque a Rússia tem direito de veto na ONU. Serve como um termômetro da reação internacional à intervenção militar russa na ex-república soviética da Ucrânia e para isolar ainda mais a Rússia, observa o jornal The New York Times.
A Crimeia foi oficialmente anexada à Rússia na semana passada, depois de um referendo convocado às pressas para 16 de março de 2014 e realizado sob a mira de fuzis Kalachnikov russos.
Ao defender a resolução, o ministro do Exterior da Ucrânia, Andriy Deschitsia, alegou que o referendo "não foi válido", descreveu as ações da Rússia como "uma violação direta da Carta da ONU" e apelou a todos os países do mundo para que não reconheçam as novas fronteiras.
Em resposta, a Rússia alegou que a Crimeia tem direito à autodeterminação, outro princípio inscrito na Carta da ONU. A embaixadora dos Estados Unidos, Samantha Power, contra-argumentou que a coerção não pode ser um meio para atingir a autodeterminação. O resultado seria o caos.
Num dos discursos de maior impacto, o embaixador da Costa Rica, Eduardo Ulibarri, lembrou que o direito internacional é a única força capaz de "defender a soberania" dos países pequenos.
Até agora, só três países reconheceram a anexação da Crimeia: a Síria, a Venezuela e o Afeganistão, onde o presidente Hamid Karzai desafia os EUA para ajudar seu candidato na eleição presidencial de abril de 2014.
Samantha Power não falou um pouco mais da história dos Estados Unidos, da ocupação de Israel nas terras palestinas, do bloqueio a Cuba? Então tá.
ResponderExcluirNão há bloqueio a Cuba. Há um boicote econômico. Bloqueio foi quando Kennedy mandou cercar a ilha, em 1962, para impedir a entrada de mísseis nucleares soviéticos. Quanto à questão palestina, o conflito se eterniza porque um lado é muito mais forte do que o outro. A maior culpa cabe aos países árabes, que eram donos dos territórios ocupados, mas nunca foram capazes de articular uma frente comum, por causa de suas divisões internas, para apoiar a causa palestina.
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