quarta-feira, 3 de abril de 2013

Coreia do Norte nega acesso a trabalhadores do Sul

A Coreia do Norte proibiu hoje o acesso dos trabalhadores da Coreia do Sul ao centro industrial de Kaesong, um importante símbolo da cooperação entre os dois países. É mais uma jogada na estratégia da ditadura comunista de Pionguiangue para acirrar os ânimos e a tensão na Península Coreana em resposta aos exercícios militares conjuntos realizados pelos Estados Unidos e a Coreia do Sul.

Depois de romper o armistício que acabou com a Guerra da Coreia há 60 anos e de ameaçar atacar os EUA e seus aliados, o regime norte-coreano declarou estar em "estado de guerra" no fim de semana. Ontem, anunciou a reativação da central nuclear de Yongbyon para fornecer material para armas atômicas e usinas de geração de energia elétrica.

Os EUA enviaram ontem o navio contratorpedeiro USS Fitzgerald, com mísseis antimísseis, que vão se juntar aos aviões de caça F-22, invisíveis aos radares, para mostrar a determinação de não recuar diante das provocações da Coreia do Norte. Washington ainda não detectou uma mobilização militar que corresponda aos discurso agressivo norte-coreano, mas teme que um erro ou incidente menor cause um choque capaz de sair de controle.

Ao receber ontem em Washington o ministro do Exterior sul-coreano, o secretário de Estado americano, John Kerry, afirmou que "os EUA não vão aceitar a Coreia do Norte como uma potência nuclear", reporta a rede de televisão americana CNN.

Mais de 50 mil norte-coreanos trabalham no complexo industrial de Kaesong, produzindo bens de centenas de milhões de dólares por ano com tecnologia sul-coreana com um salário médio de R$ 270 por mês dos quais 45% ficam com o governo de Pionguiangue.

Durante as manobras militares conjuntas americano-sul-coreanas de 2009, a Coreia do Norte fechou temporariamente o complexo de Kaesong, impedindo os trabalhadores do Sul de voltar para casa. Liberou todos no dia seguinte e reabriu as fábricas uma semana depois sem explicar o motivo.

Em caso de fechamento definitivo, "os custos serão maiores para o Norte do que para o Sul", afirma o cientista político Stephan Haggard, professor da Escola de Relações Internacionais e Estudos do Pacífico da Universidade da Califórnia em São Diego, em artigo para o Instituto Peterson de Economia Internacional, com sede em Washington.

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