quinta-feira, 7 de junho de 2012

Annan acusa Síria de ignorar o plano de paz

Ao relatar à Assembleia Geral das Nações Unidas suas tentativas frustradas de negociar a paz na Síria, o ex-secretário-geral Kofi Annan, enviado especial da Liga Árabe e da ONU, acusou a ditadura de Bachar Assad de não colaborar com seu plano de paz. "Se a situação não mudar", advertiu, "o futuro será de repressão brutal, massacres, violência sectária e até uma guerra civil total".

A proposta de Annan previa um cessar-fogo, a retirada de tanques e tropas das cidades, o acesso irrestrito de ajuda humanitária, liberdade de circulação para jornalistas estrangeiros, um diálogo nacional e a convocação de eleições livres.

Os observadores da ONU que monitoram a trégua que deveria estar em vigor desde 12 de abril foram alvo de tiroteio quando tentavam chegar a uma área onde os rebeldes denunciam que haveria acontecido um massacre nas últimas 24 horas, informa a agência Reuters.

Pelo menos 78 civis, inclusive 40 mulheres e crianças, foram mortos em Mazraat-al-Kubier, perto da cidade de Hama, arrasada em 1982 durante uma rebelião muçulmana contra a ditadura de Hafez Assad, pai de Bachar.

Mais uma vez, a maior suspeita recai sobre a milícia Chabiha, aliada ao governo, que por sua vez acusa "grupos armados terroristas", maneira como se refere aos rebeldes.

Em Washington, durante um encontro de 55 países do grupo de Amigos da Síria, o secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, apelou a todos para que imponham sanções econômicas unilateralmente à Síria, sem esperar pelo Conselho de Segurança da ONU, onde a China e a Rússia têm vetado medidas contra o regime sírio, reporta o jornal The Washington Post.

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