segunda-feira, 7 de maio de 2012

Putin reassume Presidência da Rússia sob protestos

Pelo menos cem manifestantes foram presos hoje quando protestavam nos arredores do Kremlin contra a posse de Vladimir Putin na Presidência da Rússia. Ele já presidiu o país de 2000 a 2008.

Nos últimos quatro anos, impedido de se reeleger pela Constituição, Putin indicou Dimitri Medvedev para presidente e continuou sendo homem-forte do país como primeiro-ministro. Agora, nomeou Medvedev para primeiro-ministro.

Se ficar no poder por mais dois mandatos, Putin será o líder que dirigiu o país por mais tempo na história recente depois do ditador soviético Josef Stalin (1924-53).

Ex-diretor do Serviço Federal de Segurança, o antigo KGB (Comitê de Defesa do Estado), a temida polícia política soviética, Putin tem o perfil dos ditadores da União Soviética. Ele considera o desaparecimento da superpotência comunista "a maior catástrofe geopolítica do século 20" e faz tudo para restaurar o que poder imperial soviético.

É o homem-forte que a Rússia queria depois da caótica década de transição do comunismo para o capitalismo sob a presidência de Boris Yeltsin (1991-2000), com a liberalização selvagem dos preços e o colapso das aposentadorias e dos salários, que culminou no calote da dívida pública em agosto de 1998.

Eleito em meio à Segunda Guerra da Chechênia, depois de uma onda de atentados terroristas suspeitos em Moscou e de ações de extremistas muçulmanos no Sul do Cáucaso, Putin se beneficiou da alta nos preços do petróleo e governou com mão de ferro.

A pretexto de combater a rebelião na Chechênia e no Daguestão, acabou com a eleição direta para governador das 89 unidades administrativas da Federação Russa.

O maior país do mundo, com 17,5 milhões de quilômetros quadrados, tem uma administração centralizada nas mãos de um poderoso czar. A suntuosidade do Kremlin, com suas paredes cobertas de ouro está mais para império do que para república.

Do lado de fora das muralhas, mais uma vez, o povo tenta assaltar o palácio. Tanto hoje como ontem, houve grande protestos e pedidos de uma "Rússia sem Putin".

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