terça-feira, 15 de maio de 2012

Grécia derruba bolsas e o euro

A segunda-feira foi mais um dia de perdas generalizadas no mercado financeiro. Com a incapacidade dos partidos políticos de formar um governo, a Grécia marcha para novas eleições sob a ameaça de não receber novas parcelas da ajuda e até mesmo de sair da Zona do Euro. E os investidores já duvidam que os mecanismos de estabilização sejam capazes de evitar o contágio de economias maiores.

No Brasil, a Bolsa de S. Paulo perdeu 3,21% na maior queda em quase oito meses. O dólar chegou a R$ 1,99. Nos EUA, as baixas ficaram em torno de 1%.

Os dados da produção industrial na Eurozona, divulgados ontem, indicaram um recuo. Hoje saem os números do produto interno bruto no primeiro trimestre de 2012. A expectativa é de uma volta da recessão.

Com o aumento da incerteza, os investidores forçaram a Espanha e a Itália a pagar juros mais altos para rolar suas dívidas, de 6,2% ao ano nos papéis de dez anos espanhóis, enquanto os juros dos bônus de dez anos da Alemanha caíam para 1,434%.

Se a Grécia sair da união monetária, o prejuízo dos bancos e a alta nos juros podem contagiar outros países europeus. O mercado já considera os mecanismos e fundos de estabilização existentes insuficientes para proteger a Espanha e outros países em dificuldades para honrar suas dívidas, adverte hoje o jornal inglês Financial Times.

Para agravar a situação, a agência de classificação de risco Moody's rebaixou a nota de crédito de 26 instituições financeiras italianas.

Os líderes da União Europeia ainda desconsideram a possibilidade de que a Grécia abandone o euro, mas o mercado pesa seriamente esta possibilidade.

Daqui a algumas horas, os ministros das Finanças do bloco se reúnem em Bruxelas e o presidente François Hollande toma posse na França. À noite, ele janta em Berlim com a primeira-ministra Angela Merkel para tentar convencê-la a adotar políticas de estímulo ao crescimento econômico.

Depois do fechamento da Bolsa de Nova York, o Groupon, um sítio de compras coletivas via Internet, anunciou seu primeiro lucro trimestral, de 2 centavos por ação, o dobra da previsão da agência Reuters.

Na Ásia, a inflação no atacado subiu inesperadamente na Índia para 7,23% ao ano no momento em que a economia cresce no menor ritmo em três anos. No Japão, as rivais Sony e Panasonic anunciaram um acordo para produção de televisores, um de seus principais negócios.

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