quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Irã acusa terrorismo por morte de cientista nuclear

A República Islâmica do Irã denuncia os Estados Unidos e Israel por uma "explosão terrorista" em que um cientista nuclear foi morto no Norte de Teerã, a capital do país.

Um motociclista teria colocado uma bomba com um ímã no carro de Mostafa Ahmadi Roshan, de 32 anos, professor da Universidade Politécnica de Teerã e supervisor da central de enriquecimento de urânio de Natanz, uma das duas principais instalações do programa nuclear do Irã, acusado pelos EUA e a Europa de estar desenvolvendo armas nucleares.

"Era uma bomba magnética, do mesmo tipo usado antes para assassinar cientistas. É trabalho de sionistas", declarou o vice-prefeito de Teerã, Safarali Baratloo, citado pela agência de notícias Fars, ligada à Guarda Revolucionária Iraniana, o braço armado da ditadura fundamentalista do Irã.

Foi o quarto ataque deste tipo. Há dois anos, em janeiro de 2010, o professor de física Massoud Ali Mohammadi foi assassinado em Teerã. Em novembro de 2010, dois outros cientistas nucleares iranianos foram alvos de ataques. Majid Shahriari morreu. Fereydon Abbasi sobreviveu e hoje chefia a Organização de Energia Atômica do Irã.

O regime teocrático iraniano nega a intenção de fazer a bomba atômica. Afirma que seu programa nuclear tem fins pacíficos, visa apenas a gerar energia e realizar pesquisas médicas. Mas o último relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) aponta vários indícios em sentido contrário, como a criação de programas de computador para simular explosões nucleares e tentativas de desenvolver gatilhos para armas nucleares.

Para o especialista em segurança Thedore Karasik, do Instituto para o Oriente Próximo e Análises Militares do Golfo Pérsico, com sede em Dubai, o ataque mantém o padrão de uma série de operações clandestinas realizadas pelas potências ocidentais e Israel para "degradar e atrasar" o programa nuclear do Irã. Outra iniciativa foi contaminar os computadores iranianos com o vírus Stuxnet, lembra o jornal The New York Times.

Nenhum comentário:

Postar um comentário