sábado, 3 de dezembro de 2011

Guerra civil tem mais 25 mortos na Síria

Pelo menos mais 25 pessoas foram mortas hoje na Síria, a maioria em confrontos entre as forças de segurança e um número crescente de desertores que rejeitam a violência política da ditadura de Bachar Assad.

Neste sábado, o maior combate aconteceu de madrugada na cidade de Idlibe, no Noroeste do país, afirmou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, com sede em Londres, citado pelo jornal The New York Times.

A revolta árabe chegou à Síria, dominada desde 1963 por uma ditadura de partido único, em 15 de março de 2011, depois da queda dos ditadores da Tunísia, Zine ben Ali, em 14 de janeiro, e do Egito, Hosni Mubarak, em 11 de fevereiro. O regime respondeu às manifestações, inicialmente pacíficas, com uma violenta repressão que desencadeou uma guerra civil.

O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas aprovou ontem resolução condenando a ditadura de Bachar Assad. Por 47 a 37, pede "ações apropriadas". Isso sugere a intervenção do Conselho de Segurança, onde até agora a China e a Rússia vetaram uma tentativa de condenar a Síria. O Brasil se absteve por ser contra uma ação militar.

Há dois dias, a alta comissária da ONU para direitos humanos, Navi Pillay, estimou o total de mortos em mais de 4 mil e considerou que o conflito virou uma guerra civil e pediu intervenção internacional para proteger a população.

Em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, a presidente Dilma Rousseff defendeu a regulamentação da "responsabilidade ao proteger", sugerindo que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) teria exorbitado o mandato conferido pelo Conselho de Segurança para proteger a população civil da Líbia da ditadura de Muamar Kadafi.

No discurso de Dilma, uma morte de civil a mais é "uma morte demais". Aparentemente, a mesma lógica não se aplica aos mais de 4 mil mortos até agora na guerra civil de Assad contra seu próprio povo.

Uma ditadura é um regime político em guerra civil contra o seu próprio povo. Na maior parte do tempo, é uma guerra surda, silenciosa... A maioria aceita a força superior do grupo dominante por não se sentir capaz ou não querer correr o risco de desafiá-lo. Na Síria hoje, é uma guerra aberta.

Nestes casos, a intervenção por razões humanitárias se impõe. Omissão é conivência com crimes brutais contra a humanidade, como concluiu a investigação presidida pelo sociólogo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro.

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