sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Senado da Itália aprova plano de ajuste de contas

Por 152 a 12, com uma abstenção, o Senado da Itália acaba de aprovar a Lei de Estabilidade Financeira de 2012, um conjunto de medidas para reduzir o déficit público da terceira maior economia da Zona do Euro. É uma das condições para a renúncia do primeiro-ministro Silvio Berlusconi,  que chefiou o governo do país três vezes nos últimos 17 anos.

Nos próximos dias, talvez amanhã, ele deve ser substituído pelo ex-comissário europeu antimonopólio Mario Monti. Como a Grécia, observa o jornal The New York Times, a Itália optou por uma solução tecnocrática para evitar o colapso econômico e um calote na sua dívida pública, de 1,9 trilhão de euros.

As medidas aprovadas hoje incluem um aumento do imposto sobre valor agregado, o equivalente ao imposto sobre circulação de mercadorias e serviços, para 21% e o aumento da idade mínima para a aposentadoria das mulheres, que passará a ser a mesma dos homens: 60 anos, a partir de 2014; 65 anos, a partir de 2026.

Homem mais rico da Itália, Berlusconi entrou na política no vácuo da Operações Mãos Limpas, uma campanha de combate à corrupção que acabou com a Democracia Cristã, o partido de centro-direita que dominava a política italiana desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

Por ironia, depois de se livrar de uma leva de políticos corruptos, a Itália elegeu um empresário atingido por inúmeras denúncias de corrupção que recentemente incluíram até prostituição de menores.

Para evitar a ascensão da esquerda, Berlusconi criou um partido com o nome de Forza Italia, o grito de guerra da torcida de futebol da Itália. Com os neofascistas e a separatista e preconceituosa Liga Norte, formou o chamado Pólo da Liberdade para se opor a socialistas, comunistas e comunistas reformados.

Nenhum comentário:

Postar um comentário