sexta-feira, 10 de junho de 2011

Crise orienta para prioridades domésticas e gera grande incerteza no cenário internacional

Em contraste com o liberalismo dos anos 90, sob pressão da crise internacional,  os países dão hoje total prioridade às agendas domésticas, criando um “cenário de muita incerteza” de “vulnerabilidade, insegurança e falta de confiança”, observou hoje o economista Pedro da Motta Veiga, no seminário A agenda econômica internacional do Brasil - desafios para os próximos anos.

“Hoje, acordos internacionais para alavancar mudanças domésticas são impensáveis”, disse Motta Veiga no encontro, realizado para comemorar os cinco anos do Centro de Estudos de Integração e Desenvolvimento (Cindes), do qual é fundador. Seriam politicamente inviáveis.

No comércio, acrescentou, “há uma reversão de tendência, agravada pela crise de 2008, um cenário desfavorável à cooperação internacional, uma crise profunda do transnacional e do pós-nacional, representado pela União Europeia. Há um fortalecimento dos estados nacionais”, constata.

Se os anos 90 foram favoráveis ao comércio e aos investimentos, agora a prioridade é segurança econômica, enenrgética, militar, analisou o diretor do Cindes. “É uma agenda estatal.”

As grandes economias emergentes se organizaram no grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), mas “são diferentes entre si. Mesmo que tenham sucesso econômico, o futuro do bloco é incerto. A dimensão nacional conta muito”, prevê.

Na sua opinião, “o futuro está sendo jogado no Norte, nos EUA e na UE, uma visão moderna, pós-nacional”, e “os emergentes têm hoje grande interesse na manutenção do sistema internacional”.

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