Um dos mais importantes artistas plásticos da China, Ai Weiwei, de 53 anos, foi preso no domingo, quando tentava embarcar para Hong Kong no aeroporto internacional de Beijim. Seu paradeiro é ignorado.
Ai foi um dos criadores do Ninho do Pássaro, o estádio mais importante construído para a Olimpíada de 2008, em Beijim, mas se tornou um dos maiores críticos do regime comunista chinês, especialmente da falta de liberdade.
Ele tentou, por exemplo, listar os nomes de todos os estudantes mortos no Terremoto de Sichuã, em 2008, quando 88 mil pessoas morreram, inclusive muitos alunos soterrados pelo desabamento de escola. O governo chinês proibiu pais de processar os responsáveis por construções de má qualidade.
Poucas horas antes da prisão, seu estúdio foi invadido por 40 policiais. Dezenas de peças foram confiscadas e os funcionários, interrogados.
Atualmente, há uma exposição dele na Tate Modern, de Londres, o maior museu de arte moderna do mundo. Sua obra tem mais de 100 mil pedaços de porcelana moldados como sementes de girassol.
No ano passado, Ai foi colocado temporariamente em prisão domiciliar e proibido de viajar. As autoridades chinesas temiam que ele fosse a Oslo, na Noruega, para participar da cerimônia de entrega do Prêmio Nobel da Paz ao dissidente Liu Xiaobo ou talvez até para receber o prêmio, já que o ganhador estava - e continua - preso.
Diante da onda de revoluções democráticas no mundo árabe, a China luta para controlar seus dissidentes e impedir a eclosão de um novo movimento pela liberdade e a democracia como o que foi massacrado na Praça da Paz Celestial, em Bejim, em junho de 1989.
Algumas manifestações de protesto convocadas via Internet enfrentaram dura repressão. Nas horas e locais marcados, havia mais policiais do que manifestantes. Jornalistas estrangeiros foram presos e ameaçados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário