O homem que tentou democratizar a União Soviética e acabou com ela completou hoje 80 anos. Mikhail Gorbachev foi eleito secretário-geral do Partido Comunista em 11 de março de 1985 e mudou o mundo. Foi o maior responsável pelo fim da Guerra Fria, mas não recebe o reconhecimento devido.
Com sua política de abertura (glasnost), Gorbachev atacou a censura que marcava a História da URSS desde seu nascimento.
Com a reestruturação econômica (perestroika), tentou introduzir a economia de mercado para sacudir o marasmo tecnológico do país.
Ao fazer a denúncia final e definitiva do stalinismo, Gorbachev tentou uma reforma que esbarrou na burocracia comunista e só pôde ser realizada na Rússia, depois do colapso da URSS, quando o governo Boris Yeltsin adotou terapias de choque e praticamente destruiu não só o modelo stalinista mas a própria economia do país.
Apesar de suas duras críticas à volta do autoritarismo na Rússia sob Vladimir Putin, Gorbachev foi homenageado hoje. Sua obra está inacabada.
O ex-presidente, atual primeiro-ministro e provável candidato a presidente Putin considera o fim da URSS o "maior desastre geopolítico do século 20". Seu sonho é restaurar a poderio imperial soviético boa a bandeira da Rússia. Vai contra a pregação de Gorbachev.
Talvez um dia os russos descubram que as ideias do antigo líder soviético projetam um futuro muito melhor para o país do que o governo de um ex-chefe do Serviço Federal de Informações, herdeiro do KGB (Comitê de Defesa do Estado), a poderosa polícia política da URSS.
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