segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Oposição do Egito considera promessas insuficientes

No 14º dia de manifestações no Cairo e em Alexandria, a oposição do Egito insiste na saída do ditador Hosni Mubarak e considera poucas as concessões do governo até agora - o fim do estado de exceção em vigor há 30 anos, uma reforma constitucional limitada, liberdade de expressão e fim da interferência nas comunicações.

Numa saída honrosa negociada pelo regime militar egípcio com os Estados Unidos, Mubarak pode ir fazer tratamento médico numa clínica em Baden Baden, na Alemanha, afirmou a revista alemã Der Spiegel.

Ao apoiar a negociação conduzida pelo vice-presidente Omar Suleiman, ex-chefe do serviço secreto egípcio, os EUA correm o risco de alienar o movimento pela democracia, comenta o jornal The New York Times, observando que o regime militar resiste há anos a fazer qualquer reforma democratizante.

Irmandade Muçulmana, o maior grupo de oposição, que é ileral, declarou que só volta a negociar se as reivindicações populares de renúncia de Mubarak e dissolução do parlamento estiverem na mesa.

Ontem à noite, houve tiros na Praça da Libertação, disparados por soldados do Exército que gostariam de dispersar a multidão. Não adiantaram.

Quando raiou o dia, o acampamento rebelde estava lá, sendo engrossado por mais militantes com malas e barracas para resistir enquanto for preciso.

Em uma reunião ministerial presidida por Mubarak, o governo anunciou um reajuste de 15% nos salários e pensões do setor público.

Apesar do diálogo, o governo prendeu nos útimos dias ativistas dos direitos humanos, organizadores dos protestos e jornalistas sem ordem judicial, mostrando que o regime trata ao mesmo tempo de esvaziar os protestos, fazer promessas vagas e manter a repressão.

Os bancos voltaram a funcionar, mas a Bolsa do Cairo fica fechada mais uma semana. As autoridades temem um colapso do mercado, com fuga em massa de capital. O país estaria perdendo US$ 300 milhões por dia com a crise.

Outras reportagens sugerem que a família Mubarak teria um patrimônio de US$ 40 bilhões a 70 bilhões. Não é impossível, mas ele seria mais rico do que Bill Gates, o fundador da Microsoft. Parece-me um exagero.

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