quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Republicanos querem anular reforma da saúde

Apesar da conversa amistosa com o presidente Barack Obama logo depois das eleições, o futuro presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, deputado John Boehner, deixou claro que a oposição republica pretende acabar com a reforma da saúde. É a maior conquista do governo em política interna, que daria seguro-saúde a 30 milhões de americanos sem cobertura.

Logo depois da vitória, Boehner admitiu trabalhar com o Executivo para "gerar empregos e cortar gastos públicos". Ontem, não se mostrou nada conciliador. A expectativa é que os republicanos tentem ainda mais bloquear as propostas de Obama para tentar reconquistar a Casa Branca em 2012.

"A reforma da saúde vai destruir empregos, arruinar o melhor sistema de saúde do mundo e levar nosso país à falência", declarou o líder repúblicano na Câmara, antecipando o que vem por aí. Outra proposta é manter os cortes de impostos para os ricos dados em 2001 pelo então presidente George W. Bush.

Os republicanos reconquistaram mais de 60 cadeiras da Câmara, chegando a um total de 240 em 435 deputados. Mas o partido está dividido e não conseguiu recuperar o Senado, perdido em 2006.

Foi revigorado pelo movimento ultraconservador Festa do Chá, que quer menos impostos, menos gastos públicos e menos interferência do governo na economia. Alguns candidatos apoiados pelo movimento, como Christine O'Donnell em Delaware, impediram a retomada das duas casas do Congresso.

A sorte de Obama está agora nas mãos do Partido Republicano. Se a oposição for muito agressiva e paralisar o governo federal dos EUA, como fez com Bill Clinton, apostando no pior, o presidente ganha. Aumentam as chances de reeleição em 2012.

Se uma guerra civil republicana levar o partido muito para a direita, com uma candidata como a ex-governadora do Alasca Sarah Palin, que tenta fazer da ignorância uma virtude, Obama deve ganhar.

Tanto Clinton como Ronald Reagan se reelegeram depois de perder eleições intermediárias de meio de mandato. Os próximos anos devem ser de confrontação política nos EUA, com prejuízo para a recuperação econômica e o combate aos problemas mais urgentes do país.

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