sexta-feira, 12 de novembro de 2010

G-20 declara intenções mas não toma medidas

Como era previsto, a reunião de cúpula do Grupo dos 20 (19 países mais ricos do mundo e a União Europeia) terminou sem um acordo significativo para combater os problemas da recuperação da economia mundial depois da Grande Recessão (2008-09).

O comunicado final minimalista é uma declaração de intenções sem medidas concretas. Pede que a cotação de moedas siga as regras do mercado e reflita a situação econômica de cada país, sem desvalorizações competitivas para ter vantagens comerciais.

Seu texto adverte que “um crescimento desigual e os desequilíbrios crescentes aumentam a tentação de abandonar as soluções comuns em favor de ações não coordenadas”.

Os EUA queriam pressionar a China a valorizar sua moeda, o iuã. Mas a decisão do banco central americano de lançar no mercado US$ 600 bilhões, mais de R$ 1 trilhão, deixou a maioria do G-20 contra a posição de Washington.

A China prometeu tomar medidas para aumentar o consumo interno e valorizar gradualmente a moeda. Na prática, isso não muda nada. O regime comunista chinês vai continuar se mexendo de acordo com o que considera suas necessidades. Não vai abrir mão do seu modelo de desenvolvimento baseado em mão de obra barata e moeda subvalorizada.

Da mesma forma, os EUA vão continuar tomando medidas para reinflar sua economia. O comunicado admite que países com moedas fortes, usadas como reservas cambiais, como o dólar, podem imprimir mais dinheiro. Países com o câmbio sobrevalorizado, como o Brasil, podem adotar medidas para controlar a entrada de capital e evitar movimentos especulativos.

As medidas propostas em cada país do grupo serão monitoradas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que só poderá fazer recomendações.

No encerramento, o presidente Barack Obama afirmou que os Estados Unidos mantêm sua influência global, mas é evidente que ela está enfraquecida pela crise. Ele admitiu que os EUA já não podem mais impor suas políticas, a quem boa parte do mundo atribui a responsabilidade pela recessão mundial.

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