quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Forbes: Dilma é 16ª pessoa mais poderosa do mundo

A presidente eleita do Brasil, Dilma Rousseff, está na "lista das 68 pessoas mais poderosas do mundo" elaborada pela revista americana de economia Forbes, divulgada ontem nos Estados Unidos.

Na maior novidade, o presidente da China, Hu Jintao, superou o presidente americano, Barack Obama, que saiu enfraquecido das eleições intermediárias para o Congresso. Os editores da revista disseram que Hu lidera um governo que desvia rios e faz grandes obras sem restrições.

Em terceiro lugar, ficou o sultão da Arábia Saudita, Abdala Abdul-Aziz al-Saud. O país tem um regime feudal, não tem Constituição escrita. Então, o rei é dono de todo o petróleo, mais de 260 bilhões de barris.

O quarto é o primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, que luta para restaurar o poder imperial soviético. Acabou com as eleições para governadores, perseguiu adversários, censurou a imprensa, com mortes suspeitas de jornalistas, impôs um reino de terror na Chechênia, aproveitou uma guerra provocada pela Geórgia para invadir duas regiões do país e reestatizou empresas que considera estratégicas.

Como herdeiro do arsenal nuclear da União Soviética, Putin é realmente um homem poderoso, com uma paixão indiscreta pelo stalinismo.

Logo em seguida, em quinto, vem o papa Bento XVI. Vindo de Putin, me lembrei que Stalin ironizou o poder da Igreja, perguntando: "Quantas divisões tem o Vaticano?" Já o presidente americano Ronald Reagan (1981-89) apostou no poder temporal da Igreja na luta contra o comunismo e a URSS.

Com sua força pessoal e um invejável talento de comunicador, João Paulo II encarnava esse poder.

Bento XVI me parece muito mais frágil física e politicamente. Tem uma visão ultraconservadora. Sua orientação ao episcopado brasileiro para pregar contra o aborto e candidatos potencialmente abortistas não parece ter tido o menor impacto no segundo turno das eleições no Brasil.

A primeira mulher é a primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, sexta colocada. Sua força vem do  extraordinário sucesso econômico de seu país, o único entre os ricos que saiu bem da crise, e de sua liderança sobre a União Europeia, onde está impondo a disciplina fiscal para defender o euro.

A segunda mulher na Lista dos Poderosos é a italiana naturalizada indiana Sonia Gandhi, viúva do primeiro-ministro assassinado Rajiv Gandhi. Como não nasceu na Índia, não pode ser primeira-ministra. Mas é a grande líder do Partido do Congresso, enquanto os filhos Rahul e Priyanka crescem à sua sombra.

Em novo, Sonia Gandhi ficou bem à frente do primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, o 18º poderoso. Economista e tecnocrata com fama de ultracompetente, é uma figura discreta que afirma que a Índia não será uma potência mundial.

Dilma, em 16º lugar, superando o empresário Eike Batista (58º), o homem mais rico do Brasil.

A presidente eleita recebe um país em ascensão, potência emergente, com a melhor imagem internacional que jamais teve. Terá de enfrentar problemas fiscais e cambiais, além da implacável concorrência internacional do mundo pós-crise. Mas o prestígio e a força do Brasil a colocam à frente do presidente da França, Nicolas Sarkozy (19º), e da secretária de Estado, Hillary Clinton (20ª).

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