quinta-feira, 7 de outubro de 2010

FMI e Banco Mundial alertam sobre guerra cambial

Em reunião com o Grupo dos Vinte e Quatro (G-24), que reúne países emergentes e em desenvolvimento, o presidente do Banco Mundial, Roberto Zoellick, e o diretor-geral do Fundo Monetário Internacional, Dominique Strauss-Kahn, advertiram os líderes mundiais para os riscos de uma guerra cambial, um dos erros que levaram à Grande Depressão (1929-39).

Na véspera do início da reunião anual do FMI e do Banco Mundial, em Washington, Zoellick declarou que a economia mundial está se recuperando, mas não no ritmo necessário para gerar muitos empregos nos países ricos. Isso gera uma tensão e um desejo de exportar para crescer.

Enquanto alguns países baixam os juros, outros sobem, aumentando os desequilíbrios de uma recuperação mundial, prosseguiu o presidente do Banco Mundial. O risco é de protecionismo e guerras comerciais.

Já o diretor-geral do FMI destacou que a cooperação entre os países que havia no início da crise, em 2008, se enfraqueceu. Strauss-Kahn enfatizou que numa economia globalizadas as soluções precisam ser coordenadas.

Para o diretor do Fundo, a maior fonte de tensão é a subvalorização da moeda da China. Durante viagem à Europa, nesta semana, o primeiro-ministro Wen Jiabao rejeitou as pressões para valorizar o iuã, alegando que é necessária uma certa estabilidade cambial.

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou um projeto que considera a manipulação do câmbio um subsídio ilegal ao comércio exterior. O alvo concreto é a China.

É aí que está o risco de uma guerra cambial.

Como porta-voz do G-24, o ministro das Finanças da África do Sul, Pravin Gordhan, afirmou que a tentativa de equilibrar as contas públicas dos países ricos reduzem o consumo, reduzem as importações dos países em desenvolvimento e aumentam o fluxo de capital para alguns países emergentes. Isto, por sua vez, valoriza suas moedas e prejudica as exportações.

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