sábado, 2 de outubro de 2010

Equador prende coronéis mas juiz manta soltá-los

O governo do Equador mandou prender hoje três coronéis da polícia acusados de negligência por não conseguirem impedir a rebelião e o sequestro durante quase 12 horas do presidente Rafael Correa, na última quinta-feira. Mas a Justiça mandou soltá-los.

Em entrevista à televisão equatoriana, Correa pediu a população que apoie a polícia, alegando que o motim de dois dias atrás foi obra de "algumas dezenas de maus elementos".

O presidente comentou a morte de um jovem que saiu às ruas para defender a democracia e foi baleado: "Tinha apenas 24 anos. Quem são as pessoas que cometem um crime desses? A própria polícia deveria ser a primeira a prender esses maus elementos, que não merecem ser policiais".

Na quinta-feira, o presidente foi ferido por uma bomba de gás lacrimogênio, quando tentava dialogar com policiais revoltados com o corte de benefícios e o alongamento dos prazos para promoções. Teve de ser resgatado do Hospital da Polícia por uma operação de assalto do Exército.

Enquanto a vida volta ao normal em Quito, apesar da presença ostensiva de centenas de soldados ao redor do palácio presidencial, os equatorianos se perguntam se houve apenas um motim ou uma tentativa de matar o presidente e provocar um golpe de Estado.

Maria Aguirre, ouvida pela televisão, disse que não acredita em golpe porque "uma filha e um sobrinho do ex-presidente Lucio Gutiérrez participaram do esquadrão que resgatou Correa". Como Gutiérrez seria o responsável pelo golpe, não deixaria seus parentes em situação de risco.

Mas há suposições de que o Exército demorou a entrar em ação, prolongando a agonia do presidente dentro do Hospital da Polícia, porque o alto comando das Forças Armadas teria cogitado depor Correa. Só não teria feito isso por causa da resistência de um general.

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