Depois de dizer a um jornalista americano que "o modelo cubano não funciona mais nem para nós", o ex-presidente Fidel Castro recuou e afirmou ontem que o capitalismo é que é inviável.
A declaração original do ditador que governou Cuba durante quase 50 anos e perdeu o trem-bala da História ao não aderir à abertura do líder soviético Mikhail Gorbachev nem às reformas econômicas do líder chinês Deng Xiaoping causara surpresa e indignação.
Muitos dissidentes foram presos em Cuba por chegar à mesma conclusão muito antes do comandante da revolução.
Fidel alegou ter sido mal interpretado, mas a cientista política que acompanhava o jornalista americano acredita que a interpretação correta é que Fidel estava mandando um recado à velha guarda comunista que resiste às reformas em Cuba. Teria sido um apoio ao irmão e sucessor, Raúl Castro, que tenta revigorar a economia da ilha sem perder o poder.
Semanas atrás, Raúl declarou que a situação econômica é insustentável e que o Estado cubano tem um milhão de trabalhadores além do necessário.
O Estado controla 90% da economia cubana. Raúl autorizou a abertura de pequenas empresas, como oficinas mecânicas e salões de beleza, parte de um lento processo de reintrodução da iniciativa privada.
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