terça-feira, 10 de agosto de 2010

Colômbia e Venezuela reatam relações

Em encontro na casa do libertador Simón Bolívar, na cidade de Santa Marta, o novo presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, recebeu hoje o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, para reatar as relações diplomáticas entre os dois países, problemáticas nos últimos anos e rompidas desde 22 de julho de 2010.

O clima era de ampla cordialidade. Chávez estava de abrigo esportivo e prometeu não permitir a presença de grupos armados colombianos na Venezuela.

Cauteloso, Santos disse: "Celebro muito esse encontro no dia de hoje com o presidente Chávez, duas pessoas que tiveram divergências frequentes mas resolveram virar a página e pensar no futuro de nossos países e nossos povos."

Chávez tinha rompido relações depois que a Colômbia denunciou na Organização dos Estados Americanos (OEA) que há na Venezuela 87 acampamentos com cerca de 1,5 mil guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e do Exército de Libertação Nacional (ELN).

Foi a última salva do então presidente Álvaro Uribe, que durante oito anos travou um duelo político personalista com Chávez. Uribe tentava provar que não se tratava de uma questão pessoal.

A Colômbia é a maior aliada dos Estados Unidos na região. Receberam uma ajuda de US$ 7 bilhões nos últimos anos através do Plano Colômbia para combater o tráfico de drogas e as guerrilhas de esquerda.

Desde o golpe de 11 de abril de 2002, apoiado pelo governo George W. Bush, Chávez considera os EUA seu maior inimigo. Quando a Colômbia anunciou um acordo para permitir a presença militar americana em sete bases em seu território, o líder venezuelano viu uma ameaça.

Esta realidade e o apoio político de Chávez aos rebeldes colombianos não mudam. Santos era ministro da Defesa de Uribe. Não quer começar seu governo brigando com o vizinho. Chávez está em campanha, sob forte pressão por causa da crise econômica. Precisa resistir à tentação de acusar o inimigo externo na reta final da campanha.

Uribe aprendeu a julgar Chávez pelos seus atos. Só reagiu quando entendia que os discursos feriam a honra nacional. Hoje, Chávez foi extremamente conciliador.

Há um ano, a Venezuela boicota as importações da Colômbia, maior exportador de bens industrializados da região dos Andes. O Brasil tem se beneficiado. Uribe alegava que "a Colômbia não se vende". Santos quer normalizar a situação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário