terça-feira, 4 de maio de 2010

Irã quer punir ameaça de uso de armas nucleares

Ao discursar na conferências das Nações Unidas sobre a revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) , o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, pediu punição aos países que ameaçam usar armas atômica.

Foi uma referência à nova doutrina nuclear do presidente Barack Obama, que prometeu não usar armas nucleares contra quem não tenha, mas admitiu que os Estados Unidos podem usar contra violadores do TNP, no caso, contra o Irã e a Coreia do Norte.

Ao abrir a conferência, o secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, delcarou que cabe ao Irã provar que seu programa nuclear não tem objetivos militares. Ele pediu à república islâmica que:
• respeite as resoluções do Conselho de Segurança da ONU;
• coopere com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA); e
• aceite a proposta para mandar enriquecer urânio no exterior.

Já o dirigente iraniano acusou os EUA de terem criado a bomba atômica, promovido uma corrida armamentista e de ameaçarem usá-la, inclusive contra o Irã.

Num discurso de 35 minutos, Ahmadinejad pediu que os EUA sejam suspensos do Conselho de Governadores da AIEA.

Em sinal de protesto, as delegações dos EUA, do Reino Unido e da França abandonaram o plenário.

A secretária de Estado, Hillary Clinton, declarou estar cansada do que chamou de "mentiras e manobras do Irã para esconder os fatos e tentar evadir-se de suas responsabilidades".

O Irã "desafia o Conselho de Segurança e a AIEA, colocando em risco o regime de não proliferação nuclear. Mas o Irã não terá sucesso nos seus esforços para desviar a atenção e dividir".

Para o ministro das Relações Exteriores do Brasil, embaixador Celso Amorim, que tenta mediar o conflito entre EUA e Irã, "o TNP é um tratamento intrincesamente injusto porque divide o mundo entre os países e os países que não têm armas nucleares".

Ao mesmo tempo, acrescentou o chanceler brasileiro, o TNP prevê o desarmamento nuclear, única maneira, na lógica de Amorim, de acabar com a desigualdade entre potências nucleares e os países que não podem ter a bomba atômica.

Numa visão realista das relações internacionais, é difícil acreditar na extinção das armas nucleares, como promete o presidente Obama. Parece mais uma jogada para enquadrar a Coreia do Norte e o Irã.

Do lado brasileiro, há um certo idealismo por querer se tornar uma potência mundial desarmada. Amorim comentou que todos os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU são potências reconhecidas pelo TNP.

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