sexta-feira, 7 de maio de 2010

Eleições britânicas ainda estão indefinidas

Já são 7h de 7 de maio de 2010 em Londres e o Reino Unido não sabe quem vai formar o governo depois das eleições de ontem. A expectativa é que nenhum partido consiga maioria absoluta na Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico, de 650 cadeiras.

No momento, os conservadores lideram com 285 deputados, seguidos do Partido Trabalhista, com 231, os liberais-democratas com 50. Os pequenos partidos já elegeram 27 deputados.

Falta os resultados de apenas 57 distritos, então é improvável que o Partido Conservador chegue à maioria absoluta de 326 deputados.

Com as eleições mais disputadas dos últimos 36 anos, o comparecimento foi de 70%. A votação foi até 22h pela hora de Londres. Mas muita gente que deixou para votar à noite em Londres, em Birmingham e em Leeds não conseguiu.

O cenário político é confuso. Como primeiro-ministro, Brown só é obrigado a renunciar se a oposição conservadora obtiver maioria absoluta na Câmara. Cabe ao primeiro-ministro a iniciativa de articular um novo governo.

Grande sensação da campanha na mídia, mas derrotado nas urnas, o Partido Liberal-Democrata não tem o cacife que sonhava ter para barganhar a formação de uma coalizão de governo. Sua votação está em 23%. Deve eleger 55 deputados, menos de 10% da Câmara.

Para o líder conservador, David Cameron, "os trabalhistas perderam a autoridade para governar o país". O governo responde que os conservadores também não receberam um mandato popular para governar o país.

Os conservadores conquistaram 37% dos votos. Só para comparar, nas eleições de 2005, o Partido Trabalhista, então sob a liderança do primeiro-ministro Tony Blair, abalado por levar o país à guerra no Iraque, teve 36% dos votos e fez uma maioria de 67 deputados.

Durante a campanha, quando estava por cima na mídia, o líder liberal-democrata, Nick Clegg, declarou que não formaria governo com Brown. Mas é isto que deve estar na cabeça do primeiro-ministro.

Uma coligação liberal-trabalhista criaria um governo fraco, de derrotados. O Partido Trabalhista recebeu 29% dos votos. Juntos, eles devem fazer uma bancada menor do que os conservadores, mas podem alegar que têm a maioria no voto popular.

Alguns analistas consideram mais provável e mais estável a formação de um governo conservador apoiado por pequenos partidos como os protestantes da Irlanda do Norte.

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