sexta-feira, 7 de maio de 2010

Conservadores e liberais negociam no Reino Unido


Como previsto, nenhum partido obteve maioria absoluta na Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico. Hoje à tarde os líderes dos partidos Conservador e Liberal-Democrata iniciaram negociações para formar um governo de coalizão.

O primeiro-ministro Gordon Brown não renunciou. Se as negociações dos dois outros grandes partidos fracassarem, ele ainda pode tentar formar um governo.

Para seduzir os liberais-democratas, Brown prometeu convocar um plebiscito sobre a mudança do sistema de votação de distrital para proporcional, o que favoreceria o terceiro maior partido do Reino Unido.

Poucos dos 650 distritos ainda não declararam o resultado. Os conservadores tiveram 36% da votação geral (o mesmo que os trabalhistas em 2005) e elegeram 306 deputados (+97). Os trabalhistas ficaram em segundo, com 28% e 258 deputados (-91), e os liberais-democratas tiveram 23% dos votos e fizeram 57 deputados (-5). Os pequenos partidos ganharam 28 cadeiras. Foi eleito o primeiro deputado verde.

O comparecimento de 65% foi considerado elevado, mas em cidades importantes como Londres, Birmingham e Leeds muita gente não conseguiu votar porque ainda estava na fila às 22h, quando as urnas foram fechadas, o que será investigado. Um funcionário eleitoral criticou o “sistema vitoriano”.

O líder liberal-democrata, Nick Clegg (5112), foi um dos grandes perdedores da noite porque seu partido não cresceu. Como líder do terceiro partido, seria o principal aliado de qualquer dos grandes partidos na formação de um governo de coalizão. Clegg prefere negociar primeiro com o líder conservador, David Cameron.

Cameron declarou estar pronto para fazer um grande acordo com Clegg, mas os programas são muito diferentes.

Os liberais-democratas querem mudar o sistema de votação de distrital para proporcional, que lhes daria muito mais cadeiras nas próximas eleições, são a favor da adesão ao euro, de uma anistia para imigrantes ilegais e de acabar com a “subserviência” em relação aos EUA. Os conservadores não concordam com nada disso.

Apesar da pressão dos conservadores (5162), o primeiro-ministro Gordon Brown (5042/5152) não renunciou ao cargo (5131). Vai esperar as negociações entre conservadores e liberais-democratas. Se não houver acordo, Brown vai tentar formar uma coligação com Clegg. Um ministro trabalhista fez um apelo a Clegg (5108). Mas mesmo com o apoio do Partido Trabalhista e Social-Democrata da Irlanda do Norte (o partido trabalhista da província), a aliança liberal-trabalhista não chegaria aos 326 deputados necessários para garantir maioria nos Comuns. Precisaria atrair outros partidos nanicos e seria muito instável.
• A libra e os títulos da dívida pública britânica. O mercado espera uma definição até segunda-feira e um programa claro para combater o déficit de 12% do PIB, o maior da UE (5086). 

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