sexta-feira, 2 de abril de 2010

Hu Jintao vai a conferência nuclear nos EUA

A China anunciou ontem que o presidente Hu Jintao vai a uma conferência sobre não proliferação nuclear convocada pelo presidente Barack Obama para os dias 12 e 13 de abril de 2010, em Washington.

O Brasil também participa da conferência, mas discorda de dois objetivos de Obama: a adoção de um regime de inspeções mais rigoroso nos países não nucleares e a imposição de sanções mais duras contra o Irã, acusado pelos Estados Unidos e a Europa de estar desenvolvendo armas nucleares.

No primeiro ponto, o Brasil discorda por princípio do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) porque cria dois status diferentes, as potências nucleares, que já tinham a bomba atômica quando o tratado foi assinado, em 1968: EUA, União Soviética, Reino Unido, França e China, não por coincidência as grandes potências com direito de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

A Índia, que como ex-colônia nunca aceita posições de inferioridade, nunca assinou o TNP e fez a bomba. O Brasil só assinou depois de fazer um acordo nuclear com a Argentina, em 1989, mas sempre seguiu as regras do regime de não proliferação.

Alguns setores do governo, militares nacionalistas, o PCdoB, o PSB e até um ministro do atual governo defendem claramente a opção nuclear. O Brasil está impedido de ter armas nucleares pela Constituição, o TNP, o acordo com a Argentina e o Tratado de Tlatelolco, que torna a América Latina uma região livre de armas atômicas.

Esses setores acreditam que, por uma questão de soberania nacional, o Brasil deve dominar a tecnologia nuclear e estar pronto para fazer a bomba, se sofrer ameaças estratégicas.

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