sexta-feira, 16 de abril de 2010

Garzón nega ter ganho dinheiro do Santander

Em depoimento perante o Tribunal Supremo da Espanha, o juiz Baltasar Garzón negou hoje ter recebido dinheiro do banco Santander para organizar um curso de direito em Nova York.

Ao todo, o juiz mais famoso da Espanha enfrenta três processos Está sendo acusado de parar uma investigação contra o presidente Santander, de grampear telefones de membros do Partido Popular suspeitos de corrupção e de tentar investigar as 100 mil mortes atribuídas à ditadura do generalíssimo Francisco Franco.

Na saída do tribunal, o advogado de defesa afirmou que seu clientes declarou ao Supremo não ter recebido "nenhum dólar e nenhum centavo" do banco Santander ao organizar um curso patrocinado pelo banco. O juiz declarou que a administração financeira ficou toda a carta da Universidade de Nova York, que promoveu o curso.

Garzón ficou mundialmente conhecido quando mandou prender o general Augusto Pinochet, ex-ditador do Chile (1973-90), detido em Londres em 16 de outubro de 1998, quando fazia tratamento médico na Inglaterra. Também investigou os crimes da última ditadura militar argentina (1976-83).

Quando quis fazer o mesmo na Espanha, Garzón esbarrou nos remanescentes do franquismo, que ainda dominam o lado mais conservador do espectro político espanhol.

A maioria dos crimes foi cometida durante a Guerra Civil (1936-39) e nos anos seguintes, na década de 40. Como o general Franco morreu em 1975 e a lei espanhola não permite punir delitos cometidos há mais de 30 anos, os crimes do franquismo estão prescritos.

Para as famílias que nunca souberam o destino final de seus filhos mortos, Garzón trouxe uma esperança. Seus partidários foram hoje para a frente do tribunal.

Se Garzón for suspenso de suas funções como querem seus acusadores, a única pessoa punida pelos crimes do franquismo será o juiz que tentou investigá-los.

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