terça-feira, 6 de abril de 2010

Assassinos de Terre'Blanche são apresentados à Justiça

A polícia da África do Sul montou hoje um forte esquema de segurança no tribunal de Verstendorp para garantir a apresenção à Justiça dos assassinos do líder do neonazista Movimento de Resistência Africâner, que defendia o regime segregacionista do apartheid e agora luta por um país independente para os brancos sul-africanos.

Terre'Blanche foi morto no sábado em sua fazenda por dois funcionários durante uma briga por questões de pagamento.

De um lado, estavam os supremacistas brancos; do outro, partidários do Congresso Nacional Africano, o partido que levou a maioria negra ao poder e que governo o país até hoje. Eles chegaram a se misturar e tirar fotos uns dos outros, antes que a polícia sul-africana separasse os dois grupos com uma tela de arame farpado.

O procurador-geral Menzi Simelani se reuniu pela manhã com representantes do grupo radical africâner para explicar que um dos suspeitos será julgado como menor de idade porque tem apenas 15 e assim está sujeito a uma punição menor.

Em desmentido a declarações da polícia, o advogado de defesa, Zola Majavu, negou que seus clientes tenham confessado a culpa pela morte de Terre'Blanche.

Na saída, a polícia tentou tirar rapidamente os suspeitos para evitar tumulto diante do tribunal, mas não impediu que representantes da maioria negra dessem vivas e aplaudissem os assassinos do líder da ultradireita sul-africana.

Depois de ameaçar boicotar a Copa do Mundo no primeiro momento, o Movimento de Resistência Africâner voltou atrás e prometeu não usar a força para vingar a morte de seu líder. Mas diante do tribunal havia pelo menos um cartaz com um alerta sobre o que pode acontecer antes e durante a Copa.

Para o analista político Aubrey Matshiqi, "o assassinato de Terre'Blanche é uma oportunidade para todos os sul-africanos pararem para pensar sobre o que é preciso fazer individual e coletivamente para criar uma nação multirracial".

Ele não vê risco de "uma guerra civil racial" e acredita que a Copa do Mundo é uma oportunidade para mostrar ao mundo o compromisso com uma sociedade multirracial.

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