sábado, 9 de janeiro de 2010

"Emprego para a vida inteira acabou"

LONDRES, 22 de outubro de 1999 - O emprego tradicional pela vida inteira, na mesma empresa e no mesmo tipo de trabalho, está sendo duplamente atacado pela globalização e a automação.

Todo o mundo se preocupa hoje com o que vai fazer, como vai se adaptar, se reciclar e se reeducar quando o computador aprender a fazer o seu trabalho.

Mas não há motivo para pânico, afirma o sociólogo e estatístico briânico Michael Willlmott, diretor da Fundação Futuro, pelo menos para quem se preparar para enfrentar os desafios da nova economia, que exige inteligência, criatividade e conhecimento, sobretudo da tecnologia da informação.

Em entrevista na sede da Fundação Futura, em Londres, onde presta serviços de análise e consultoria para empresas, Willmott analisou o impacto da globalização da economia e a revolução tecnológica em andamento sobre o mercado e as relações de trabalho.

Hoje, em vez de emprego, os jovens sonham em criar sua própria empresa para ter maior controle sobre suas vidas, aproventando principalmente as oportunidades oferecidas pela Internet.

No futuro, prevê o sociólogo, as grandes empresas, especialmente as transnacionais, vão continuar oferecendo bons empregos. Vai haver mais oportunidades no setor de serviços, como é o caso dos chamados macjobs, empregos em lanchonetes tipo McDonald's, que exigem baixa qualificação e pagam pouco.

- Qual será o impacto da globalização econômica sobre o mercado de trabalho? Haverá desemprego em massa? Tudo será terceirizado para a China e outros países com mão-de-obra barata?
A globalização certamente terá um impacto sobre o emprego. Está criando um mercado de trabalho globalizado, uma transparência crescente de custos e qualificação. Os diversos mercados de trabalho  do mundo podem servir aos negócios e aos consumidores do mundo inteiro. Não estou certo de que haverá desemprego em massa. Essa preocupação eixste há muitos anos.


As pessoas criativas terão condições de se estabelecer por contra própria via Internet. Continuarão a existir - e provavelmente serão bem remunerados - os serviços de mão-de-obra intensiva dos quais as pessoas não podem prescindir: pedreiro, pintor de paredes, encanador, mecânico, eletricista.

Com qualidade, talento e telefone celular, os autônomos dessas profíssões vão ganhar um bom dinheiro. Afinal, como diz o economia americano Paul Krugman, "as pessoas não vivem na Internet".

(CONTINUA)

Nenhum comentário:

Postar um comentário