terça-feira, 3 de novembro de 2009

Morre Lévi-Strauss, pai da antropologia estruturalista

Um dos maiores pensadores e intelectuais do século passado, Claude Lévi-Strauss, criador da antropologia estruturalista, morreu no sábado em Paris aos 100 anos. A notícia só foi divulgada hoje pela família, depois do velório e do enterro.

Ele nasceu na Bélgica de pais franceses. Cresceu em Paris e estudou Direito na Sorbonne, a Universidade de Paris. Mas terminou se formando em filosofia.

Membro da missão francesa que ajudou a criar a Universidade de São Paulo (USP), Lévi-Strauss morou no Brasil de 1935 a 1938, quando fez suas primeiras pesquisas etnológicas com tribos da Amazônia: bororo e nhambiquara. Com bases nas observações daquela época, escreveu Tristes Trópicos, um de seus livros mais importantes.

Lévi-Strauss influenciou da psicanálise de Lacan à semiologia de Roland Barthes. Seu trabalho ajudou a compreender a mente e a maneira de pensar e de agir dos povos primitivos.

Como aplicou métodos rigorosos até então associados a ciências exatas às ciências sociais, e estava mais interessados nas estruturas que condicionam o pensamento e o comportamento humanos, é considerado o pai da Antropologia Estruturalista, título de um de seus livros. Ao todo, ele escreveu dezenas.

Humanista, no fim da vida, indignava-se com o bicho homem: "É preciso respeitar a Terra, que é mais antiga do que o homem e vai terminar sem ele".

Ele afirmava que aqueles que a civilização chama de selvagens pensam e agem de maneira diferente, mas não podem ser considerados inferiores (nem superiores) ao resto da humanidade.

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