terça-feira, 4 de março de 2008

FARC surgiram depois de uma década violenta

A guerrilha surge na Colômbia depois do assassinato, em 9 de abril de 1948, do candidato liberal Jorge Eliecer Gaitán, um crítico feroz da sinistra empresa multinacional United Fruit, hoje chamada Chiquita Brands, que provocou o golpe de Estado contra o presidente Jacobo Arbenz, na Guatemala, em 1954.

Gaitán era o franco favorito. Sua morte levou ao Bogotaço, uma onda de violência em que duas mil pessoas morreram, deflagrando uma guerra civil de mais de 10 anos, um período conhecido na História da Colômbia como La Violencia em que 200 mil pessoas foram mortas.

Sem chance de chegar ao poder pacificamente, grupos liberais e socialistas entraram para a clandestinidade para combater o domínio do Partido Conservador.

Nesse ambiente de violência brutal, surgiram em 1964 as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), braço armado do Partido Comunista Colombiano.

Com o fim da Guerra Fria e o declínio da ideologia comunista, os grupos guerrilheiros de esquerda praticamente desapareceram na América Latina. As FARC sobreviveram em aliança com os traficantes de cocaína que um dia combateram em nome da pureza da sociedade socialista.

Dois presidentes colombianos, Ernesto Samper (1994-98) e Andrés Pastrana (1998-2002), tentaram uma solução negociada. A última negociação de paz foi suspensa em fevereiro de 2002, quando foi seqüestrada a senadora Ingrid Betancourt, candidata à Presidência da Colômbia.

O vencedor naquele ano foi o presidente Álvaro Uribe, um conservador que pertencia ao Partido Liberal. Uribe, que teve o pai assassinado pela guerrilha, prometeu uma política de "segurança democrática" que nega legitimidade aos grupos guerrilheiros.

Com US$ 7 bihões de ajuda americana através do Plano Colômbia, destinado a combater tanto as guerrilhas esquerdistas quanto o tráfico de drogas, Uribe tentou derrotar militarmente a guerrilha ou enfraquecê-la para que chegasse muito débil à mesa de negociações.

Nos últimos cinco anos, as FARC perderam 8 mil homens e foram derrotadas em 20 frentes de combate. Mas mostraram capacidade de rearticulação e sobreviveram.

A ascensão de Hugo Chávez na Venezuela lhes deu um aliado poderoso. Ontem o governo colombiano declarou que as FARC deram US$ 50 mil ao caudilho venezuelano quando ele estava preso, depois de liderar o fracassado golpe de Estado contra o presidente Carlos Andrés Pérez em 1992. Em retribuição, recentemente Chávez teria dado US$ 300 milhões aos guerrilheiros.

Hoje o maior trunfo da guerrilha são mais de 700 reféns. Quarenta são políticos colombianos como Ingrid Betancourt.

O fato de seu subcomandante estar acampado no Equador indica uma incapacidade crescente da guerrilha de operar efetivamente em território colombiano.

No ano passado, Chávez iniciou negociações para promover um acordo humanitário que permitisse trocar reféns por guerrilheiros presos. Mas Uribe desautorizou Chávez quando o caudilho venezuelano manteve contato direto com o comandante do Exército da Colômbia, passando por cima da autoridade do presidente.

Mesmo assim, como aliado das FARC, Chávez conseguiu a libertação de duas reféns, as ex-deputadas Clara Rojas e Consuelo González, no início de janeiro, e de mais quatro ex-parlamentares no mês passado.

O subcomandante Raúl Reyes era o negociador das FARC com Chávez. Sua morte enfraquece ainda mais a guerrilha e atrapalha a estratégia chavista. Por isso, o caudilho reagiu com tanta fúria, ameaçando declarar guerra. Mas foi apenas uma bravata.

5 comentários:

  1. Anônimo5:23 PM

    Muito obrigado,com o seu texto que pra mim em especial foi muito informativo, consegui fazer meu trabalho de geografia sobre as forças armadas revolucionárias da Colômbia sem grandes problemas!!
    Valeu!?

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  2. Sua informação esta muito fraca e tendenciosa!!!!!!!!!!!

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  3. No dia em que você tiver ideias e argumentos, a gente discute. Desqualificações sem razões não fazem sentido.

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  4. No dia em que você tiver ideias e argumentos, a gente discute. Desqualificações sem razões não fazem sentido.

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  5. Eduardo Aníbal Campos8:37 PM

    Caro Nelson,
    De grande valia seu texto, pois depois da morte de Jorge Eliécer Gaitán, este homem de grande conhecimento da Ciência Política e defensor do povo Colombiano e Latino-americano contra o Plano Marshall.( onde apenas os poderosos americanos e ingleses beneficiariam economicamente)
    Foi que o povo colombiano entendeu não ser possível uma luta pacífica na política pelos interesses reais de uma nação, que do mesmo jeito que as FARC se beneficiam da corrupção e dos diversos tipos de tráfico, o próprio governo o faz com piores proporções.
    A Ordem Econômica usa meios escassos para fins lucrativos, pouco importando a ética e a paz.
    Uma curiosidade a cerca da morte de Gaitán, quem mandou matá-lo? E curiosamente este tinha um encontro marcado com Fidel, depois da Conferência da OEA. Será que essas Conferências não são simulacro da paz mundial?
    Será que esta política tem caráter de ciência? Podendo tanto o sujeito quanto o objeto estar maculada de vícios. Melhor estudar Descartes em seu criteriosos métodos para formular uma ciência que o verdadeiro sentido seja o desenvolvimento humano na sua mais alta sisudez e sapiência.
    Eduardo Aníbal

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