segunda-feira, 10 de março de 2008

Chavistas se revoltam contra Chávez

Apesar da derrota no referendo para mudar a Constituição e implantar o socialismo na Venezuela, ainda restam cinco anos de governo para o presidente Hugo Chávez. Mas já começam a aparecer fissuras evidentes no recém-craido Partido Socialista Unificado da Venezuela.

Uma das principais vozes dissidentes é o deputado Luis Tascón, de 39 anos, que ficou famoso em fevereiro de 2004, quando publicou a lista dos 4 milhões que assinaram a petição para convocar um plebiscito para revogar o mandado de Chávez.

Agora, Tascón voltou sua artilharia para a corrupção. Ele acusa o governador do estado de Miranda, Diosdado Cabello, um militar reformado de 44 anos considerado o segundo homem mais poderoso do chavismo.

Cabello é visto por setores radicais como líder da direita endógena, expressão criada a partir da idéia de desenvolvimento endógena, um antigo sonho da esquerda latino-americana de promover o crescimento do país desligando-se da economia internacional. No caso da Venezuela, que vive da renda do petróleo, isso mais parece uma piada.

A mobilização de 9 mil soldados e 10 batalhões da tanques para a fronteira com a Colômbia, na semana passada, em reação ao bombardeio colombiano que matou o subcomandante das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) no Equador, ajudou a reinstaurar a disciplina nas hostes chavistas.

Mas o recuo rápido e a troca de sorrisos e apertos de mão com o presidente colombiano, Álvaro Uribe, a quem Chávez chamou de "mentiroso" e "cachorrinho do Império" são mais um sinal de inconsistência do comandante. O próprio caudilho admite que já se fala de um chavismo sem Chávez.

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