sábado, 3 de novembro de 2007

Rice tenta impedir Turquia de invadir Iraque

A Turquia pressionou ontem a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, que chegou a Ancara, para responsabilizar o governo do Iraque pelos ataques lançados por rebeldes curdos baseados no Norte do Iraque. O Exército turco concentrou forças na fronteira e helicópteros de combate tem caçado guerrilheiros nas montanhas do Curdistão iraquiano.

Sua missão dupla é quase impossível: impedir a Turquia de invadir o Norte do Iraque à caça de guerrilheiros curdos e recuperar a aliança com a Turquia, país-membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a aliança militar liderada pelos EUA.

Rice declarou que "os Estados Unidos e a Turquia têm um inimigo comum: o PKK". O Partido dos Trabalhadores do Curdistão, que desde 1984 trava uma luta armada em nome da minoria curda na Turquia, está na lista de grupos terroristas do Departamento de Estado.

A seu lado, o ministro do Exterior turco, Ali Babacan, foi direto: "Nossas expectativas em relação aos EUA são muito grandes. Queremos ação."

Os turcos não entendem por que o governo George Walker Bush não dá ao PKK o mesmo tratamento que dá a Al Caeda, não reconhecendo-os como forças políticas legítimas.

Só no mês passado, o PKK matou 47 turcos, sendo 35 soldados.

As relações EUA-Turquia se deterioraram especialmente com a invasão do Iraque em 2003. O Parlamento da Turquia chegou a dar permissão para os americanos usarem o país como base para atacar o Iraque, mas voltaram atrás tamanha era e é a impopularidade da intervenção americana no Oriente Médio.

De qualquer maneira, 70% dos carregamentos para as forças dos EUA passam pela base aérea da OTAN em Incirlik, na Turquia.

Apenas 9% dos turcos têm hoje uma opinião favorável dos EUA. A imagem dos EUA piorou ainda mais quando uma comissão da Câmara dos Representantes declarou que o massacre de 1,5 milhão de armênios no Império Otamano em 1915-16 foi um genocídio. Na Turquia, admitir isso em público é crime passível de prisão.

Os EUA apóiam o PJAK, o braço iraniano do PKK, revelou a revista The New Yorker. Um comandante do PKK conta que teve vários encontros com as autoridades americanas no Iraque. Seus homens estão ajudando a combater a infiltração iraniana no Norte do Iraque.

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