domingo, 3 de dezembro de 2006

Arábia Saudita quer conter Irã

A Arábia Saudita está se mobilizando para conter a crescente influência do Irã e do xiismo no mundo árabe, evitando a marginalização dos sunitas em áreas em crise como o Iraque o Líbano. O governo saudita estaria financiando grupos e facções rivais daqueles apoiados pelo Irã.

Na semana passada, um assessor de segurança da monarquia saudita revelou que o reino está armando e financiando grupos sunitas iraquianos para que se defendam das milícias xiitas, o que pode incentivar a guerra civil. Oficialmente, o regime saudita nega.

Analistas sauditas acreditam que o Irã está tentando ocupar o lugar tradicional dos sauditas no Oriente Médio, sobretudo como guardiães da religião. Nas últimas décadas, os sauditas usaram a riqueza do petróleo para fazer proselitismo político-religioso no mundo inteiro.

Mas a Arábia Saudita "não deixará que o Irã ocupe seu lugar como grande potência regional", afirma o jornalista saudit Dawoud al-Shirian. "O Irã está agindo como um país persa e não islâmico. Este conflito não é entre sunitas e xiitas, é o conflito árabe-persa".

A Arábia Saudita convidou o aiatolá xiita rebelde Muktada al-Sader, líder de uma das maiores milícias do Iraque, o Exército Mehdi, e o presidente do influente Comitê Sunita de Estudiosos Muçulmanos do Iraque, Harith al-Dari. No Líbano, apóia o primeiro-ministro Fuad Siniora. Na Palestina, os sauditas estão ao lado do presidente Mahmoud Abbas, da Organização para a Libertação da Palestina, contra o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas).

Durante a Guerra Irã-Iraque (1980-88), os sauditas e as demais monarquias petroleiras árabes apoiaram Saddam Hussein contra o fundamentalismo muçulmano do aiatolá Khomeini. Depois da morte de Khomeini, em 1989, as relações melhoraram, levando a um reatamento diplomático em 1991.

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