segunda-feira, 6 de novembro de 2006

Simulação de 1999 alertou para risco no Iraque

Uma série de jogos de guerra secretos realizados em 1999 simulando operações militares dos Estados Unidos alertou que seriam necessários pelos menos 400 mil soldados para invadir, ocupar e estabilizar o Iraque. Mesmo assim, os americanos poderiam enfrentar sérios problemas por causa do colapso do Estado iraquiano.

Apesar da advertência, os EUA invadiram o Iraque em março de 2003 com 250 mil homens e mais 40 mil aliados. Hoje, tem apenas 144 mil soldados para tentar controlar um país do tamanho da Califórnia.

Outros pontos do relatório sobre a simulação são extraordinariamente coincidentes com a realidade do Iraque depois da queda de Saddam Hussein:

• "Uma mudança de regime não garante estabilidade. Uma série de fatores, incluindo vizinhos agressivos, fragmentação ao longo de linhas étnicas e religiosas, e o caos criado por forças rivais lutando pelo poder pode afetar negativamente a estabilidade regional."

• "Mesmo que a ordem pública seja restaurada e as fronteiras protegidas, a troca de regime poderia ser problemática, especialmente se for percebido como fraco, um fantoche ou fora de sintonia com os governos regionais dominantes."

• "O antiamericanismo do Irã pode ser inflamado por uma intervenção no Iraque liderada pelos EUA. O influxo de forças americanas e ocidentais no Iraque vai exacerbar as preocupações em Teerã, assim como a instalação de um governo pró-ocidental em Bagdá."

• "O debate sobre o Iraque pós-Saddam também revela a falta de informação sobre o potencial e as capacidades dos grupos de oposição iraquianos no exterior. A falta de informações sobre seus papéis prejudica o desenvolvimento das políticas dos EUA."

• "Alguns dos 70 participantes acreditam que nenhum governo árabe receberá bem a longa presença militar dos EUA necessária para instalar e sustentar um governo democrático."

• "Uma intervenção militar de longo prazo em larga escala talvez crie problemas com muitos parceiros da coalizão".

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