segunda-feira, 5 de junho de 2006

Presidente do Fed admite desaceleração nos EUA mas destaca combate à inflação

A esperada desaceleração da economia dos Estados Unidos já está em andamento mas o Federal Reserve Board (Fed), o banco central americano, não vai descuidar do combate à inflação, advertiu hoje o presidente do Fed, Ben Bernanke. Temendo nova alta de juros, o índice Dow Jones da Bolsa de Valores de Nova Iorque caiu 1,8%.

"Há um forte consenso" entre os membros do Comitê do Mercado Aberto do Fed para manter a inflação baixa, declarou Bernanke durante um fórum bancário internacional realizado em Washington. Os últimos índices revelam que o núcleo da inflação "tem sido mais alto nos últimos meses" e que "atingiu um nível que, se mantido, estaria acima do teto que muitos economistas, inclusive eu mesmo, consideraria consistente com a estabilidade de preços e a promoção de crescimento em longo prazo".

O núcleo da inflação americana está em 2,1%, quando a faixa ideal é considerada de 1% a 2%. Isto é "indesejável".

"Portanto, o comitê estará vigilante para garantir que o padrão recente de núcleo da inflação elevado não seja mantido", acrescentou Bernanke. "O crescimento real da produção doméstica foi acelerado no primeiro trimestre do ano mas a antecipada moderação do crescimento econômico parece já estar acontecendo", concluiu.

Os analistas de mercado tentam decifrar as intenções do Fed para a próxima reunião do comitê, em 29 de junho. Diante das pressões inflacionárias, a maioria dos economistas previa um aumento moderado da taxa básica de juros da maior economia do mundo, hoje em 5% ao ano. Mas dados sobre a fraca geração de empregos em maio, revelados na sexta-feira, despertaram o temor de que a desaceralação fosse muito forte e que o Fed tivesse exagerado na alta de juros.

Como novo presidente do Fed, Bernanke ainda está consolidando suas credenciais no combate à inflação. Ainda não conta com a plena confiança do mercado.

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