segunda-feira, 5 de junho de 2006

Europa resiste a abertura agrícola

Com as negociações de liberalização comercial da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) estagnadas, sobretudo por causa dos subsídos agrícolas dos países ricos, a União Européia reuniu seus ministros da Agricultura na Áustria. De modo geral, eles rejeitaram o apelo do comissário europeu de Comércio Exterior, o inglês Peter Mandelson, para melhorar a proposta agrícola da UE.

Numa reunião ministerial da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e diante do Parlamento Europeu, Mandelson declarou que "a UE está preparada para encontrar caminhos para melhorar sua proposta agrícola para aproximá-la das exigências do G-20 [liderado pelo Brasil], dentro do mandato que nos foi dado pelo conselho. Mas só vamos manter a nova proposta se os outros fizerem ofertas satisfatórias em apoio doméstico à agricultura [no caso dos EUA] e tarifas industriais" [países em desenvolvimento].

Já a comissária para Agricultura, Mariann Fischer Boel, afastou-se da nova proposta de Mandelson, admitindo fazer apenas "pequenos ajustes" no que já está sobre a mesa.

Mais radical foi a posição do ministro da Agricultura da Áustria, Franz Proll, de que "não há absolutamente nenhuma razão para ceder nem um milímetro".

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acredita que julho é o prazo-limite para destravar as negociações da OMC, onde o Brasil apostou a maior parte de suas fichas. Pelo jeito, não haverá progresso na questão que mais interessa ao Brasil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário