sábado, 27 de agosto de 2022

Hoje na História do Mundo: 27 de Agosto

 VULCÃO KRAKATOA EXPLODE

    Em 1883, na maior erupção vulcânica da história, uma explosão na ilha de Krakatoa, na Indonésia, ouvida a 5 mil quilômetros de distância, joga lama e lava a uma altura de 80 km, causa um terremoto com ondas gigantes de 37 metros e mata cerca de 36 mil pessoas.

Depois de mais de 200 anos adormecido, o vulcão Krakatoa dá os primeiros sinais de atividade em 20 de maio. Tripulantes de um navio alemão relatam ter visto uma coluna de fumaça e poeira vulcânica de mais de 11 km de altura.

Nos dois meses seguintes, navios e habitantes das ilhas vizinhas de Java e Sumatra veem pequenas explosões. A população local festeja até uma explosão destrói dois terços da ilha no dia 26. Ao desabar no Estreito de Sunda, que fica entre Java e Sumatra, a montanha causa uma série de catástrofes ambientais sentidas durante anos no mundo inteiro, a começar por um maremoto com ondas gigantescas.

Quatro erupções a partir das 5h30 de 27 de agosto são cataclísmicas, ouvidas a 5 mil km de distância, e projetam uma maré de uma lava vulcânica de gás, cinza e rocha fundida a mais de 60 km do Krakatoa. Dos 36 mil mortos, as tsunames mataram 31 mil. Outros 4,5 mil foram vítimas da lava incandescente.

Uma nuvem de cinza e poeira vulcânica fina envolve o planeta e reduz a temperatura da Terra durante anos.

Além do Krakatoa, ativo até hoje, a Indonésia tem mais 130 vulcões em atividade, mais do que qualquer outro país.

ROMÊNIA ENTRA NA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

    Em 1916, depois de declarar guerra ao Império Austro-Húngaro, a Romênia invade a região da Transilvânia, um território de maioria romena pertencente à Hungria cuja soberania reivindicava, e entra na Primeira Guerra Mundial (1914-18).

Ao observar o sucesso da Rússia contra a Áustria-Hungria na frente oriental no verão de 1916, a Romênia decidir entrar na guerra. Em 18 de agosto, fecha um acordo secreto com os aliados e, no dia   27, lança o ataque.

Enquanto a Romênia invade a Pensilvânia, os britânicos pressionam os alemães na Batalha do Somme e a Áustria-Hungria cai diante da Rússia no Leste. O kaiser Guilherme II, da Alemanha, chega a dizer que “a guerra está perdida”.

Numa reunião que incluiu ainda a Turquia e a Bulgária, os Poderes Centrais criam um comando militar supremo entregue ao general Paul Hindenburg, comandante em chefe das Forças Armadas da Alemanha.

O general que deixa o comando geral, Erich von Falkenhayn, assume o comando da guerra contra a Romênia. Junto com o general August von Mackensen, eles derrotam a Romênia e tomam Bucareste em 9 de dezembro de 1918.

A Rússia vem em socorro, mas as revoluções de 1917, a queda do império czarista e a ascensão do comunismo tiram o país da guerra. Com a saída da Rússia, a Ucrânia se rende em maio de 1918. No Tratado de Bucareste, perde parte do litoral para a Bulgária e o controle sobre a Foz do Rio Danúbio. No Tratado de Versalhes, recupera estas perdas e ganha a soberania sobre a Transilvânia.

LANÇADO O LIVRO DOS RECORDES

    Em 1955, sai a primeira edição do Guinness - o Livro dos Recordes, uma publicação anual com feitos da humanidade e do mundo animal.

A ideia nasce em 1951, quando Sir Hugh Beaver, diretor-executivo da Cervejaria Guinness, fundada em 1759 em Dublin, na Irlanda, participa de uma caçada. Depois de não conseguir alvejar uma tarambola dourada, eles quis saber quais eram os pássaros de caça mais rápidos da Europa, mas não encontrou nenhum livro com a resposta.

Pensando que os donos dos pubs britânicos e irlandeses gostariam de ter um livro capaz de dirimir as dúvidas dos clientes, Beaver contratou dois irmãos donos de uma agência que vendia dados estatísticos para jornais e agência de propaganda, Norris e Ross McWhirter.

A proposta inicial é distribuir o livro de graça nos pubs para promover a cerveja Guinness. Diante do sucesso, passa a ser vendido. A primeira edição americana sai em 1956.

Ross trabalha no livro até ser morto pelo Exército Republicano Irlandês (IRA), em 1975. Norris continua sendo editor até 1986.

IRA MATA LORDE MOUNTBATTEN

    Em 1979, na luta armada para acabar com o domínio britânico sobre a Irlanda do Norte, o Exército Republicano Irlandês (IRA) mata o lorde Louis Mountbatten, herói de guerra, último vice-rei da Índia e primo segundo da rainha Elizabeth II, com a explosão de uma bomba de pouco mais de 20 quilos.

Mountbatten passa o dia com a família na Baía de Donegal, na Irlanda, quando é atacado. Outras três pessoas morrem na explosão, inclusive um neto dele de 14 anos, Nicholas. No mesmo dia, outro atentado do IRA mata 18 paraquedistas britânicos.

A violência destes ataques leva a primeira-ministra Margaret Thatcher, eleita pela primeira vez em maio de 1979, a endurecer a política em relação ao IRA, radicalizando ainda mais o conflito na Irlanda do Norte. 

Em 1981, depois de 66 dias de greve, morre na prisão de Maze o deputado eleito para o Parlamento Britânico Bobby Sands, que nunca tomou posse porque o Sinn Féin, partido político do IRA, sempre se nega a jurar lealdade à coroa britânica.

A própria Thatcher é alvo de um atentado em 1984 num hotel em em Brighton, na Inglaterra, durante a Convenção Anual do Partido Conservador, em que morrem cinco pessoas, inclusive um deputado da Câmara dos Comuns.

A partir daí, o deputado John Hume, do Partido Trabalhista e Social-Democrata, o braço do Partido Trabalhista britânico na Irlanda do Norte, começa um diálogo secreto para tentar atrair o Sinn Féin para a negociação. 

Em 1985, o Reino Unido e a Irlanda assinam o Acordo Anglo-Irlandês para encaminhar o fim do conflito. A Declaração de Downing Street, em 1993, estabelece as bases para as negociações, que exigem um cessar-fogo do IRA, anunciado em 6 de abril de 1994.

Diante da estagnação das negociações, o IRA rompe a trégua num atentado na Ilha dos Cães, em Londres, em 9 de fevereiro de 1996. Um novo cessar-fogo, em 1997, permite a retomada das negociações para o Acordo da Sexta-Feira Santa, de abril de 1998, que acaba com quase 30 anos de uma guerra civil em que 3,5 mil pessoas morreram.

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